sexta-feira, 23 de maio de 2008

Liberdade !

Como não citar Ed Rene Kivitz ? Realmente é impossível não lembrar do mesmo quando falamos de grandes pensadores cristãos (sim, eles existem !) no Brasil de hoje. Até hoje ainda não tínhamos colocado praticamente nada dele no blog, mas depois de ler este texto no http://celebraii.blogspot.com/, não tenho como não transcrevê-lo:

Vida cristã é uma expressão que, na verdade, significa jeito cristão de viver a vida. A vida é uma só. Não existe uma fatia da vida que pode ser rotulada de cristã, coisas próprias da prática religiosa, como ir aos cultos, trabalhar na igreja e servir aos pobres, e outra fatia considerada não cristã, como por exemplo fazer negócios, fazer política e fazer amor. O jeito cristão de viver a vida não distingue sagrado de profano, pois todas as coisas criadas por Deus são boas e devem ser desfrutadas com ações de graças. Na verdade, profano é tudo quanto está separado de Deus, e para os cristãos, nenhuma dimensão da vida se enquadra nessa categoria.
Por esta razão não consideramos o momento da oração mais sagrado que a atividade profissional, nem o culto de domingo mais sagrado que o café da manhã com a família. Você não precisa nem deve sentir-se culpado por faltar ao culto para dormir um pouco mais no domingo pela manhã, nem tampouco achar que Deus vai ficar bravo se você deixar de dar o dízimo para socorrer um amigo em necessidade ou trocar a televisão de sua casa. O evangelho é a boa notícia de que podemos e devemos desfrutar a vida livres da preocupação quanto às eventuais maldições de Deus em resposta ao que fazemos ou deixamos de fazer. A “liberdade, liberdade” já abriu as asas sobre nós. Então devemos aproveitar essa liberdade também para reunir os amigos em oração; buscar o ambiente do louvor e da adoração a Deus nas celebrações dominicais; separar tempo no dia-a-dia para a leitura, o estudo, a reflexão e a meditação na Bíblia Sagrada; exercitar a doação financeira generosa através dos dízimos e ofertas; conduzir os filhos no discipulado através dos ministérios oferecidos pela comunidade cristã; dedicar períodos da semana para o trabalho voluntário e a prática da solidariedade através do serviço abnegado; e compartilhar o amor de Cristo com os amigos e familiares. Sendo verdade que somos livres da obrigatoriedade do que chamamos de práticas religiosas, também é verdadeiro que somos livres para incluir cada uma delas em nossa agenda diária e organizar nosso estilo de vida ao redor de prioridades e atividades orientadas pelos valores cristãos. Somos livres, tanto para ver televisão quanto para selecionar a programação; tanto para encarar uma cerveja gelada quanto para conhecer nossos limites; tanto para emendar o feriadão quanto para buscar a comunhão na Eucaristia; tanto para investir no conforto pessoal quanto para repartir com os outros nossa colheita abundante. Foi Paulo, apóstolo, quem assim nos ensinou. Deixou claro que foi para a liberdade que Cristo nos libertou, e nos exortou a permanecermos firmes e não nos dobrarmos novamente a um jugo de escravidão. Mas também nos lembrou que não deveríamos usar essa liberdade para abandonar o que realmente importa. Liberdade implica responsabilidade, pois é verdade que a gente pode dormir a gosto, mas também é verdade que a gente colhe o que planta.
Transcrição do texto: "Liberdade, liberdade do Pr. Ed Rene Kivitz"

Acredito que não são apenas os criadores deste blog que são loucos... na verdade creio que o céu estará cheio de "abençoados" malucos que viveram suas vidas não falando de Deus, mas vivendo o Seu amor da maneira mais intensa e maravilhosa possível, desfrutando toda a liberdade que só a graça, derramada sobre nós através do sangue de Jesus, pode conceder. Aleluia !

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Um Convite à Doce Revolução

Esse é um texto já conhecido na internet, e não é mais tão novo também. Entretanto, a profundidade das palavras aqui apresentadas continuam trabalhando no meu coração desde a primeira vez que li, e me dão nó na garganta em todas as vezes que as leio novamente. Espero que agrade... incomode... ou ambos.

Artigo 1 – Fica decretado que agora não há mais nenhuma condenação para quem está em Jesus, pois o Espírito da Vida em Cristo livra o homem de toda culpa para sempre.

Artigo 2 – Fica decretado que todos os dias da semana, inclusive os Sábados e Domingos, carregam consigo o amanhecer do Dia Chamado Hoje, por isso qualquer homem terá sempre mais valor que as obrigações de qualquer religião.

Artigo 3 – Fica decretado que a partir deste momento haverá videiras, e que seus vinhos podem ser bebidos; olivais, e que com seus azeites todos podem ser ungidos; mangueiras e mangas de todos os tipos, e que com elas todo homem pode se lambuzar.Parágrafo do Momento: Todas as flores serão de esperança, pois que todas as cores, inclusive o preto, serão cores de esperança ante o olhar de quem souber apreciar. Nenhuma cor simbolizará mais o bem ou o mal, mas apenas seu próprio tom, pois o que daí passar estará sempre no olhar de quem vê.

Artigo 4 – Fica decretado que o homem não julgará mais o homem, e que cada um respeitará seu próximo como o Rio Negro respeita suas diferenças com o Solimões, visto que com ele se encontra para correrem juntos o mesmo curso até o encontro com o Mar. Parágrafo que nada pára: O homem dará liberdade ao homem assim como a águia dá liberdade ao seu filhote para voar.

Artigo 5 – Fica decretado que os homens estão livres e que nunca mais nenhum homem será diferente de outro homem por causa de qualquer Causa. Todas as mordaças serão transformadas em ataduras para que sejam curadas as feridas provocadas pela tirania do silêncio. A alegria do homem será o prazer de ser quem é para Aquele que o fez e para todo aquele que encontre em seu caminhar.

Artigo 6 – Fica ordenado, por mais tempo que o tempo possa medir, que todos os povos da Terra serão um só povo, e que todos trarão as oferendas da Gratidão para a Praça da Nova Jerusalém.

Artigo 7 – Pelas virtudes da Cruz fica estabelecido que mesmo o mais injusto dos homens que se arrependa de seus maus caminhos terá acesso à Arvore da Vida, por suas folhas será curado, e dela se alimentará por toda a eternidade.

Artigo 8 – Está decretado que pela força da Ressurreição nunca mais nenhum homem apresentará a Deus a culpa de outro homem, rogando com ódio as bênçãos da maldição. Pois todo escrito de dívidas que havia contra o homem foi rasgado, e assustados para sempre ficaram os acusadores da maldade.Parágrafo único: Cada um aprenderá a cuidar em paz de seu próprio coração.

Artigo 9 – Fica permanentemente esclarecido, com a Luz do Sol da Justiça, que somente Deus sabe o que se passa na alma de um homem. Portanto, cada consciência saiba de si mesma diante de Deus, pois para sempre todas as coisas são lícitas, e a sabedoria será sempre saber o que convém.

Artigo 10 – Fica avisado ao mundo que os únicos trajes que vestem bem o homem diante de Deus não são feitos com pano, mas com Sangue; e que os que se vestem com as Roupas do Sangue estão cobertos mesmo quando andam nus.Parágrafo certo: A única nudez que será castigada será a da presunção daquele que se pensa por si mesmo vestido.

Artigo 11 – Fica para sempre discernido como verdade que nada é belo sem amor, e que o olhar de quem não ama jamais enxergará qualquer beleza em nenhum lugar, nem mesmo no Paraíso ou no fundo do Mar.

Artigo 12 – Está permanentemente decretado o convívio entre todos os seres, por isso nada é feio, nem mesmo fazer amizades com gorilas ou chamar de "minha amiga" a sucuri dos igapós. Até a “comigo-ninguém-pode” está liberta para ser somente a bela planta que é.Parágrafo da vida: Uma única coisa está para sempre proibida: tentar ser quem não se é.

Artigo 13 – Fica ordenado que nunca mais se oferecerá nenhuma Graça em troca de nada, e que o dinheiro perderá qualquer importância nos cultos do homem. Os gasofilácios se transformarão em baús de boas recordações, e todo dinheiro em circulação será passado com tanta leveza e bondade que a mão esquerda não ficará sabendo o que a direita fez com ele.

Artigo 14 – Fica estabelecido que todo aquele que mentir em nome de Deus vomitará suas próprias mentiras e delas se alimentará como o camelo, até que decida apenas glorificar a Deus com a verdade do coração.

Artigo 15 – Nunca mais ninguém usará a frase “Deus pensa...”, pois, de uma vez e para sempre, está estabelecido que o homem não sabe o que Deus pensa.

Artigo 16 – Estabelecido está que a Palavra de Deus não pode ser nem comprada e nem vendida, pois cada um aprenderá que a Palavra é livre como o Vento e poderosa como o Mar.


Artigo 17 – Permite-se para sempre que onde quer que dois ou três invoquem o Nome em harmonia, nesse lugar nasça uma Catedral, mesmo que esteja coberta pelas folhas de um bananal.

Artigo 18 – Fica proibido o uso do Nome de Jesus por qualquer homem que o faça para exercer poder sobre seu próximo, e estabelecido que melhor que a insinceridade é o silêncio. Daqui para frente nenhum homem dirá “o Senhor me falou para dizer isto a ti”, pois Deus mesmo falará à consciência de cada um. Todos os homens e mulheres que crêem serão iguais, e ninguém jamais demandará do próximo submissão, mas apenas reconhecerá o seu direito de livremente ser e amar.

Artigo 19 – Fica permitido o delírio dos profetas, e todas as utopias estão agora instituídas como a mais pura realidade.

Artigo 20 – Amém!


Gosto muito da lucidez de Caio Fábio. Ler artigos como os de número 3, 10, 11 e 12 me comovem e me sinalizam o quão distante do padrão de Deus eu estou, e quanto eu preciso andar ainda.

Para mais texto do Caio, visite www.caiofabio.com

sábado, 10 de maio de 2008

A Verdade está à frente do nosso nariz

"Nós já esquecemos completamente o axioma de que a verdade é a coisa mais poética no mundo, especialmente no seu estado puro. Mais do que isso: é ainda mais fantástica que aquilo que a mente humana é capaz de fabricar ou conceber... de facto, os homens conseguiram finalmente ser bem sucedidos em converter tudo o que a mente humana é capaz de mentir e acreditar em algo mais compreensível que a verdade, e é isso que prevalece por todo o mundo. Durante séculos a verdade irá continuar à frente do nariz das pessoas mas estas não a tomarão: irão persegui-la através da fabricação, precisamente porque procuram algo fantástico e utópico."

In: Fiodor Dostoievski. Diário de um Escritor.

Religiosos são os piores

"De todos os homens maus, os homens maus religiosos são os piores."

C.S. Lewis


quinta-feira, 8 de maio de 2008

Humor ?

Visitando alguns sites interessantes hoje (http://www.pavablog.blogspot.com/ e http://celebraii.blogspot.com/), relembrei que esse encontro de "titãs" foi comentado pelo meu amigo Alex Breyer algum tempo atrás. Eu não precisava mais de notícias bombásticas, já me bastam os ciclones aqui no Rio Grande do Sul e na Ásia, o excesso de chuvas no Nordeste e terremoto em São Paulo...

Em tempo: Malafaia adorava criticar o G-12 de Terra Nova em seus programas de TV. Mas eles fizeram as pazes e agora são amiguinhos "em prol do Reino de Deus", segundo os próprios. Hunrrum... tá bom.

Coincidentemente, os dois estarão participando de um Congresso que trará Morris Cerullo ao Brasil... este, por sua vez, é um dos papas da teologida da prosperidade, com um currículo que inclui problemas com a justiça americana e impedimento de aparecer na tv inglesa (por pouca coisa, uns falsos testemunhos de nada...). O ilustre também é o autor das notas da "Bíblia de Estudo Batalha Espiritual e Vitória Financeira" que o Malafaia vende...

Depois dessa fiquei até com medo do novo filme do Batman. Vai que ele resolve fazer a nova dupla dinâmica com o Coringa...

domingo, 4 de maio de 2008

Conselhos para sobreviver ao mundo gospel.

Segue abaixo texto de Ricardo Gondim.

"O mundo gospel se torna cada dia mais patético; distante do protestantismo; em rota de colisão com o cristianismo apostólico; transformado numa gozação perigosa; adoecendo e enlouquecendo milhares que são moídos numa engrenagem que condena a um duplo inferno.

Não consigo responder a todas as mensagens que entopem minha caixa postal. Milhares pedem socorro. Eu precisaria ter uma equipe de especialistas, todos me ajudando a atender os que me perguntam: “ a maldição do pastor vai pegar mesmo?”; “é preciso aceitar as patadas que recebo do púlpito?”; “em nome da evangelização, devo aturar esses sermões ralos?”.

Realmente não dá mais. A grande mídia propaga o que há de pior entre os evangélicos com petição de dinheiro, venda de “Bíblias fantásticas”, milagres no atacado e simplismos hermenêuticos. As bobagens alcançaram níveis intoleráveis.

O que fazer? Tenho algumas idéias.

Aconselho que os crentes parem de consumir produtos evangélicos por um tempo. Não compre Cd de música ou de pregação - inclusive os meus. Deixe os livros evangélicos encalharem nas prateleiras - idem, para os meus. Depois que baixar a poeira do prejuízo, ficará notória a diferença entre os que fazem missão e os que só negociam.

Não vá a congressos - inclusive o que eu promovo. Passe ao largo dos "louvorzões". Não sintonize o rádio. Boicote todos os programas na televisão. Não comente, nem critique, a pregação de pastores, bispos, evangelistas e apóstolos. Afaste-se! Silencie! Desintoxique mente, alma e espírito da linguagem, pressupostos e lógicas da "teologia da prosperidade". Volte a ler a Bíblia sem nenhum comentário de rodapé. Alimente seu interior em pequenos grupos. Reúna-se com gente de bom senso.

Estanque seus dízimos e ofertas imediatamente. Repense com absoluta isenção onde vai dar dinheiro. Mas prepare-se; no instante em que diminuírem as entradas, os lobos vestidos de pastor subirão o tom das intimidações. Não tenha medo.

Faça essa simples auditoria antes de investir o seu suor em qualquer igreja ou ministério:

Quanto tempo é gasto no culto para pedir dinheiro?
A hora do ofertório vem acompanhada de uma linguagem com “maldição, gafanhoto ou licença legal para ataques do diabo”?
Prometem-se “prosperidade, colheita abundante, bênção, riqueza”, para os que forem fiéis?
Existe alguma suspeita na administração dos recursos arrecadados? – Lembre-se que há dois níveis de integridade: o ético e o contábil. Não basta manter os livros em ordem; o dinheiro também só pode ser gasto no que foi arrecadado.
Se a resposta para alguma dessas perguntas for sim, ninguém deve se sentir culpado quando não der oferta.

So haverá arrependimento no dia em que os auditórios se esvaziarem junto com uma crise financeira - o monumental ufanismo evangélico precisa deflacionar.

Concordo, ninguém agüenta o jeito como as coisas estão.

Soli Deo Gloria."

Vale salientar que Ricardo Gondim é pastor presidente da Igreja Betesda. Para mais textos (des)confortantes, visite seu site: www.ricardogondim.com.br

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Geração Bunda-Mole

Segue abaixo um texto do Pavarini, postado inicialmente no blog http://pavablog.blogspot.com


― O mover de Deus está aqui. Nada pode impedir você de sentir o fluir e o derramar da unção. Olhe para o irmão do seu lado e diga: “Resisti ao frio e ele fugirá de vós”.


Participar dos cultos em determinadas igrejas é um programa que exige alto grau de paciência e resignação, qualquer que seja a estação do ano. Raras comunidades mantêm-se imunes aos maneirismos e frivolidades do dialeto gospel no “momento da adoração”.

Outro expediente infalível para provocar bocejos é o recorrente saudosismo dos “bons tempos” da música cristã. Em todos os lugares, há tiozinhos de barriga protuberante repetindo que “naquela época o louvor era genuíno, sem a superficialidade de hoje”. Zzzzzz...

O que existe no hiato entre o discurso seboso que enaltece a década de 70 e essa geração que introduziu mantras e lamúrias no louvor? O expediente de encontrar culpados para eximir nossa própria culpa é de pouca valia na hora da reflexão. Se os heróis do Cazuza “morreram de overdose”, ainda mais complicada é a situação de quem encontra escassos referenciais para pautar seus sonhos.

Ignorados ou tratados como imbecis pelo meio editorial, os jovens encontraram na internet alguns expedientes para suprir essa “orfandade”. Na declinante indústria fonográfica gospel, poucos sobrevivem aos 15 minutos de fama preconizados por Andy Warhol. Mesmo assim, a aspiração ao estrelato consome a energia e o tempo de milhares de “levitas”. Claro que devidamente camuflada sob o discurso de “Deus me chamou para evangelizar através da música”. Infelizmente, poucos são vocacionados para interagir nas universidades e nos pólos culturais.

Em consonância com a poesia de Gilberto Gil, a alma de boa parte dos que pululam nos palcos musicais eclesiásticos “cheira a talco”. Necessário lembrar o outro adágio que apregoa não ser nada confiável o bumbum dos bebês. A alternância de odores sinaliza que é hora de trocar as fraldas e fazer a devida assepsia.

Líderes de todo o país sofrem nas mãos do que convencionou-se chamar de “sensibilidade dos músicos”, eufemismo para escamotear a constante contrariedade a qualquer tipo de ingerência. Se um número especial da galera é cancelado, imediatamente o grupo é banhado pela “unção do beicinho”. Fraldas cheias de novo.

Pressionados pela concorrência do vestibular e pela conquista ainda mais difícil de uma vaga no mercado de trabalho, muitos sucumbem à indolência macunaímica. Os males do sedentarismo são bem conhecidos. Desnudar a juventude evangélica de hoje revela as nádegas flácidas de uma geração que parece ter saído do nada e caminhar para o lugar nenhum. Ao contrário do filho pródigo da parábola, a herança que os jovens receberam da geração que os antecedeu não foi suficiente para grandes viagens. Em todos os sentidos.

Blaise Pascal falava em duas alternativas: desistência por meio da covardia ou o escape, por intermédio do orgulho. Será que não há luz divina no fim desse túnel?

“Ser jovem e não ser revolucionário é uma contradição genética”, dizia o Che Guevara. Será que depois das gerações hippie e Coca-Cola teremos a geração H2OH, cujo conflito de “identidade” a confina em uma zona indefinida entre ser água ou refrigerante?

O conselho de Nelson Rodrigues é bem conhecido: “Jovens, envelheçam”. Minha recomendação é assaz diferente: rebelem-se. É hora de assestar contra a mediocridade reinante no meio do rebanho, contra a lassidão intelectual, contra as cassandras transmissoras do germe da culpa, contra o abuso de líderes tiranos, contra a indigência artística e até contra minhas diatribes.

Dono de lentes argutas e dramáticas para observar o mundo, Caio Fernando Abreu registrou um laivo de esperança que, a despeito de tudo e de todos, joga para escanteio minha angustiante sensação de impotência. “Continuo a pensar que quando tudo parece sem saída, sempre se pode cantar. Por essa razão escrevo.”