segunda-feira, 28 de julho de 2008
Graça que transborda
sábado, 26 de julho de 2008
Também estou cansado
Criamos esse blog pra expôr alguns pensamentos. Muitos continuarão sendo expostos, mas a partir de agora no sentido de agregar aqueles interessados no Jesus bíblico, nos valores verdadeiramente do Reino. Toda crítica traçada daqui para a frente será em tom de humor ou terá um convite ao conhecimento da graça e generosidade que Jesus ensinou.
Continuarei sendo o mesmo de sempre, mas focando acima de tudo o agregamento de pessoas absolutamente desinteressadas e independentes de qualquer sistema religioso ou denominação.
Apesar de que algo me diz que serei mais polêmico do que nunca...
quarta-feira, 23 de julho de 2008
Estou Cansado
Não, não me afadiguei com Deus ou com minha vocação. Continuo entusiasmado pelo que faço; amo o meu Deus, bem como minha família e amigos. Permaneço esperançoso. Minha fadiga nasce de outras fontes.
Canso com o discurso repetitivo e absurdo dos que mercadejam a Palavra de Deus. Já não agüento mais que se usem versículos tirados do Antigo Testamento e que se aplicavam a Israel para vender ilusões aos que lotam as igrejas em busca de alívio. Essa possibilidade mágica de reverter uma realidade cruel me deixa arrasado porque sei que é uma propaganda enganosa. Cansei com os programas de rádio em que os pastores não anunciam mais os conteúdos do evangelho; gastam o tempo alardeando as virtudes de suas próprias instituições. Causa tédio tomar conhecimento das infinitas campanhas e correntes de oração; todas visando exclusivamente encher os seus templos. Considero os amuletos evangélicos horríveis. Cansei de ter de explicar que há uma diferença brutal entre a fé bíblica e as crendices supersticiosas.
Canso com a leitura simplista que algumas correntes evangélicas fazem da realidade. Sinto-me triste quando percebo que a injustiça social é vista como uma conspiração satânica, e não como fruto de uma construção social perversa. Não consideram os séculos de preconceitos nem que existe uma economia perversa privilegiando as elites há séculos. Não agüento mais cultos de amarrar demônios ou de desfazer as maldições que pairam sobre o Brasil e o mundo.
Canso com a repetição enfadonha das teologias sem criatividade nem riqueza poética. Sinto pena dos teólogos que se contentam em reproduzir o que outros escreveram há séculos. Presos às molduras de suas escolas teológicas, não conseguem admitir que haja outros ângulos de leitura das Escrituras. Convivem com uma teologia pronta. Não enxergam sua pobreza porque acreditam que basta aprofundarem um conhecimento "científico" da Bíblia e desvendarão os mistérios de Deus. A aridez fundamentalista exaure as minhas forças.
Canso com os estereótipos pentecostais. Como é doloroso observá-los: sem uma visitação nova do Espírito Santo, buscam criar ambientes espirituais com gritos e manifestações emocionais. Não há nada mais desolador que um culto pentecostal com uma coreografia preservada, mas sem vitalidade espiritual. Cansei, inclusive, de ouvir piadas contadas pelos próprios pentecostais sobre os dons espirituais.
Cansei de ouvir relatos sobre evangelistas estrangeiros que vêm ao Brasil para soprar sobre as multidões. Fico abatido com eles porque sei que provocam que as pessoas "caiam sob o poder de Deus" para tirar fotografias ou gravar os acontecimentos e depois levantar fortunas em seus países de origem.
Canso com as perguntas que me fazem sobre a conduta cristã e o legalismo. Recebo todos os dias várias mensagens eletrônicas de gente me perguntando se pode beber vinho, usar "piercing", fazer tatuagem, se tratar com acupuntura etc., etc. A lista é enorme e parece inexaurível. Canso com essa mentalidade pequena, que não sai das questiúnculas, que não concebe um exercício religioso mais nobre; que não pensa em grandes temas. Canso com gente que precisa de cabrestos, que não sabe ser livre e não consegue caminhar com princípios. Acho intolerável conviver com aqueles que se acomodam com uma existência sob o domínio da lei e não do amor.
Canso com os livros evangélicos traduzidos para o português. Não tanto pelas traduções mal feitas, tampouco pelos exemplos tirados do golfe ou do basebol, que nada têm a ver com a nossa realidade. Canso com os pacotes prontos e com o pragmatismo. Já não agüento mais livros com dez leis ou vinte e um passos para qualquer coisa. Não consigo entender como uma igreja tão vibrante como a brasileira precisa copiar os exemplos lá do norte, onde a abundância é tanta que os profetas denunciam o pecado da complacência entre os crentes. Cansei de ter de opinar se concordo ou não com um novo modelo de crescimento de igreja copiado e que vem sendo adotado no Brasil.
Canso com a falta de beleza artística dos evangélicos. Há pouco compareci a um show de música evangélica só para sair arrasado. A musicalidade era medíocre, a poesia sofrível e, pior, percebia-se o interesse comercial por trás do evento. Quão diferente do dia em que me sentei na Sala São Paulo para ouvir a música que Johann Sebastian Bach (1685-1750) compôs sobre os últimos capítulos do Evangelho de São João. Sob a batuta do maestro, subimos o Gólgota. A sala se encheu de um encanto mágico já nos primeiros acordes; fechei os olhos e me senti em um templo. O maestro era um sacerdote e nós, a platéia, uma assembléia de adoradores. Não consegui conter minhas lágrimas nos movimentos dos violinos, dos oboés e das trompas. Aquela beleza não era deste mundo. Envoltos em mistério, transcendíamos a mecânica da vida e nos transportávamos para onde Deus habita. Minhas lágrimas naquele momento também vinham com pesar pelo distanciamento estético da atual cultura evangélica, contente com tão pouca beleza.
Canso de explicar que nem todos os pastores são gananciosos e que as igrejas não existem para enriquecer sua liderança. Cansei de ter de dar satisfações todas as vezes que faço qualquer negócio em nome da igreja. Tenho de provar que nossa igreja não tem título protestado em cartório, que não é rica, e que vivemos com um orçamento apertado. Não há nada mais desgastante do que ser obrigado a explanar para parentes ou amigos não evangélicos que aquele último escândalo do jornal não representa a grande maioria dos pastores que vivem dignamente.
Canso com as vaidades religiosas. É fatigante observar os líderes que adoram cargos, posições e títulos. Desdenho os conchavos políticos que possibilitam eleições para os altos escalões denominacionais. Cansei com as vaidades acadêmicas e com os mestrados e doutorados que apenas enriquecem os currículos e geram uma soberba tola. Não suporto ouvir que mais um se auto-intitulou apóstolo.
Sei que estou cansado, entretanto, não permitirei que o meu cansaço me torne um cínico. Decidi lutar para não atrofiar o meu coração.
Por isso, opto por não participar de uma máquina religiosa que fabrica ícones. Não brigarei pelos primeiros lugares nas festas solenes patrocinadas por gente importante. Jamais oferecerei meu nome para compor a lista dos preletores de qualquer conferência. Abro mão de querer adornar meu nome com títulos de qualquer espécie. Não desejo ganhar aplausos de auditórios famosos.
Buscarei o convívio dos pequenos grupos, priorizarei fazer minhas refeições com os amigos mais queridos. Meu refúgio será ao lado de pessoas simples, pois quero aprender a valorizar os momentos despretensiosos da vida. Lerei mais poesia para entender a alma humana, mais romances para continuar sonhando e muita boa música para tornar a vida mais bonita. Desejo meditar outras vezes diante do pôr-do-sol para, em silêncio, agradecer a Deus por sua fidelidade. Quero voltar a orar no secreto do meu quarto e a ler as Escrituras como uma carta de amor de meu Pai.
Pode ser que outros estejam tão cansados quanto eu. Se é o seu caso, convido-o então a mudar a sua agenda; romper com as estruturas religiosas que sugam suas energias; voltar ao primeiro amor. Jesus afirmou que não adianta ganhar o mundo inteiro e perder a alma. Ainda há tempo de salvar a nossa.
Soli Deo Gloria (publicado originalmente em 16/07/2004).
Do conterrâneo Ricardo Gondim, que manifesta de maneira tão clara tudo aquilo que sentimos e que dificilmente compartilhamos. Especificamente hoje, quero manifestar meu profundo agradecimento aos homens de Deus que, como ele e alguns outros, resolveram mostrar quem são, sendo extremanente transparentes. Pessoas como o Gondim não são apenas cristãos honestos (leia-se: que assumem suas falhas), mas são seres humanos que vivem com dignidade de não tentar ser aquilo que nunca poderão ser.
segunda-feira, 21 de julho de 2008
Para o Alto e Avante
Nossa natureza questionadora, cada ano mais aguçada (ácida? Sincera? A resposta, honestamente, nem me interessa...), o amor pela informação e o desejo de "pensar para fora da caixa" têm nos motivado a manter esse espaço em funcionamento. Demonstramos humor, críticas, elogios e até mesmo sinceras manifestações de amor para com os próximos (os realmente próximos !). Tem sido um prazer investir tempo nisso, apesar da minha rotina estar sendo cada dia mais desgastante (esse mês já fiz mais hora extra até o dia 16 do que em todo o mês anterior...).
Prazer também é ver que o filho já tem vida própria. Já temos mais de 500 acessos, dos mais diversos locais do mundo. Além do Brasil, fomos acessados da Espanha, Estados Unidos, Portugal, China, Cabo Verde, Alemanha, Índia, Argentina, Noruega e Canadá. Deus, esse mundo tá perdido !
Esperamos manter o nível... e se preciso, baixar também. Obrigado pela companhia.
Outros conselhos (In)viáveis
Suspeite de quem sabe mostrar ares de piedade. Algumas pessoas aprenderam a arquear as sobrancelhas para baixo para mostrar que são puras. Elas são perigosíssimas. Prefira quem é mais solto, mais debochado, menos ciente de suas virtudes; os gasosos são melhor companhia que os circunspetos, que caminham com chumbo nos pés.
Evite sentar na roda de quem exige rigor semântico até na hora da conversa fiada. É intolerável estar perto de quem vive a corrigir os outros. Quando alguém diz que vai à igreja, ele dispara: “a igreja somos nós, não um prédio”; quando alguém confessa que anda desanimado, tem de escutar: “mas os que esperam no Senhor renovam as suas forças”. Que horror!
Apure rigorosamente todo relato de milagre. Prefira ser cético que simplório. A verdade não deve temer análises, questionamentos, suspeitas. Mas dê um passo adiante. Pergunte-se também pelas motivações. Queira saber os porquês por detrás dos relatórios de eventos fantásticos. Os exageros, os prodígios forçosos, os números “evangelásticos”, em sua esmagadora maioria, só se prestam a alimentar os músculos financeiros de algum narcisista, instituição ou agência missionária; todos ávidos para alcançar os primeiros lugares no reino de Deus.
Saiba que por trás de todo rigor moralista existe uma mente sórdida. Anote: os mais inflexíveis contra a homossexualidade lutam contra as suas próprias tendências homo-eróticas. Quem se exaspera contra os “pecados da carne” é escravo da lascívia - Jesus os chamou de sepulcros caiados. A rigidez puritana não abrandou o fogo da libido, só a adoeceu. As taras mais grotescas, como sadismo, masoquismo, pedofilia e zoofilia se proliferaram em ambientes austeros e probos. Não tenha medo dos que advogam uma sexualidade lúdica e menos insalubre.
Fuja, acovarde-se, dê o fora, encontre um escape, faça qualquer coisa, mas evite os "tapetes azuis" do poder. Se for nomeado síndico, presidente de honra da quermesse ou venerando líder da igreja, saiba que os perigos são avassaladores contra a sua alma. Abra mão de títulos. Placas de bronze ou de acrílico, diplomas e medalhas não passam de confetes, semelhantes aos do carnaval, que perdem qualquer significado na quarta-feira de cinza. Quando lhe chamarem de senhor ou senhora repita o chavão: “Senhor, só o lá de cima”; “Senhora, só a mãe de Jesus”. Depois caia na gargalhada como se tivesse contado uma grande piada.
Soli Deo Gloria.
segunda-feira, 14 de julho de 2008
Amizades
"Um dia a maioria de nós irá se separar.
Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que compartilhamos.
Saudades até dos momentos de lágrima, da angústia, das vésperas de finais de semana, de finais de ano, enfim... do companheirismo vivido.
Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre.
Hoje não tenho mais tanta certeza disso.
Em breve cada um vai pra seu lado, seja pelo destino,ou por algum desentendimento, segue a sua vida, talvez continuemos a nos encontrar, quem sabe......
Podemos nos telefonar conversar algumas bobagens....
Aí os dias vão passar, meses...anos...
até este contato tornar-se cada vez mais raro.
Vamos nos perder no tempo....
Um dia nossos filhos verão aquelas fotografias e perguntarão?
Quem são aquelas pessoas?
Diremos...que eram nossos amigos. E...... isso vai doer tanto!
Foram meus amigos, foi com eles que vivi os melhores anos de minha vida!
A saudade vai apertar bem dentro do peito.
Vai dar uma vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente......
Quando o nosso grupo estiver incompleto...
nos reuniremos para um ultimo adeus de um amigo.
E entre lágrima nos abraçaremos.
Faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante.
Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vidinha isolada do passado.
E nos perderemos no tempo.....
Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo :
não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades
sejam a causa de grandes tempestades....
Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores,
mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!"
Pensando Pesado (ou: Poderia ser Crente !)
Começou de um jeito bem inocente. Eu comecei a pensar socialmente em festas de vez em quando, só pra me soltar. Mas uma coisa levava a outra, e logo eu pensava não só socialmente.
Aí eu comecei a pensar sozinho "para relaxar", eu me dizia. Mas eu sabia que não era verdade. Pensar era cada vez mais importante para mim. Depois de um tempo, não consegui me controlar mais e passei a pensar o tempo inteiro.
Comecei a pensar até no trabalho. Eu sei que não se pode misturar pensamento e trabalho, mas eu não conseguia evitar. Alguns colegas começaram a notar meu olhar de concentração profunda, e que eu sempre estava com um livro de filosofia. Eu sumia no almoço e ia para um parque para ler alguns capítulos de Ayn Rand, ou só sentava ali olhando para o infinito, perdido nos meus pensamentos. Logo todo mundo percebeu que eu estava pensando fora de controle, e que estava pensando a maior parte do dia, todos os dias.
Eu comecei a evitar amigos no almoço para ler Thoreau e Kafka. Eu voltava para o escritório meio tonto e confuso, perguntando "afinal de contas, o que estamos fazendo aqui?"
Em casa as coisas também não iam às mil maravilhas. Uma noite, depois de pensar quase o dia inteiro no trabalho, eu desliguei a tevê e perguntei à minha esposa o significado da vida. Ela dormiu aquela noite na casa da mãe.
Eu logo ganhei a reputação de estar pensando demais. Um dia, quando sabia que não podia mais esconder isso, meu chefe me chamou até o seu escritório. Ele disse:
"João, eu gosto de você, e me dói dizer isso, mas o seu costume de pensar se tornou um problema. Se você não parar de pensar no trabalho, vou ter que despedi-lo. Não tem como tocar um negócio se todos os funcionários começarem a pensar. Mais cedo ou mais tarde, alguém vai se machucar. Procure um profissional."
Isso me deu o que pensar.
Naquele dia, cheguei mais cedo em casa depois da conversa com o chefe. "Querida", falei, "eu tenho pensado... "
"Eu sei que você tem pensado, disse ela, e eu quero me separar! "
"Mas querida, não é tão sério."
"É sério sim, disse ela, com o lábio inferior tremendo. Você pensa tanto quanto aqueles professores universitários, e professores universitários não ganham dinheiro! Se você não parar de pensar, não vamos conseguir mais pagar as contas! "
"Esse é um falso silogismo", afirmei impacientemente, e ela começou a chorar. Tinha sido a gota d'água para ela, e para mim também. "Vou para a biblioteca", grunhi, e saí violentamente porta afora.
Fui na direção da biblioteca, a fim de um pouco de Nietzsche e escutando a Rádio Cultura no caminho. Entrei voando no estacionamento e corri até aquelas grandes portas de vidro... mas elas não abriam. A biblioteca estava fechada. Até hoje, acredito que uma Força Superior olhava por mim naquela noite, ou pelo menos foi isso que pensei na época.
Enquanto escorregava para o chão, agarrado na porta, soluçando por um pouco de Platão ou Sócrates, um cartaz me chamou a atenção. Dizia: "Amigo, o pensamento está acabando com a sua vida?" Você provavelmente conhece essa frase. É o cartaz-padrão dos Pensadores Anônimos.
É por isso que estou aqui hoje: eu pensava demais e estou me recuperando. Eu nunca perco um encontro dos PA. Em cada encontro nós assistimos um vídeo não-educacional; semana passada foi "Porky contra-ataca". Depois falamos de nossas experiências sobre como evitar o pensamento desde o último encontro.
Eu consegui meu emprego de volta, e as coisas estão bem mais fáceis agora. Minha esposa e eu nunca falamos sobre aquela época horrível quando eu pensava o tempo inteiro. A vida ficou... mais fácil, de certa maneira, agora que eu parei de pensar.
Direto do Eclesiastes 12.
sábado, 12 de julho de 2008
Monte Castelo
Esta música acima expressa com perfeição o amor divino, apesar de ser interpretada por alguém, que segundo a religião, não teria as melhores credenciais de vida imaculada diante do Pai. Outros poderiam olhar e dizer: "Bah, colocam um vídeo desse cara no blog, não é verdade isso! Bom, só tenho a dizer que pelo menos ele tinha alma, pois para interpretar desta maneira como vemos no vídeo, só alguém com a alma tomada pela unção de Deus consegue tal façanha! Quem tiver bons olhos vê um vídeo desses e é tomado pela intensidade do amor vindo da parte de Deus. Quem não tiver, lamento, pois está provavelmente com os sentidos entupidos pela religiosidade e não sabe o que perde com isso. Temos aí uma boa opção de música para ser cantada nas igrejas e rodas de conversa, ainda mais pelo seu cunho reflexivo. Nada além do amor...Meu Deus, até as pedras clamam! Tive a oportunidade de conversar com um grande amigo que mora no Paraná, sendo que falamos justamente sobre a letra desta música, além de outras do Renato Russo. A partir do resultado positivo dessa conversa, resolvi editar este post.
segunda-feira, 7 de julho de 2008
Sou Cristão Apesar da Igreja
Frase da vez: "a (possível) maior força da igreja é ser uma instituição falha que acolhe pessoas falhas."
Irrelevância Cristã
Observo as questões levantadas e não sinto a mínima vontade de comentar, interagir sobre seus assuntos, dilemas e esperanças. São questões que me parecem tão irrelevantes e tão banais.
Vejo as pessoas querendo buscar um olhar diferente de Deus ou somente chamar a atenção de um ser que dentro da fé que eles mesmos confessam é onisciente. Diante disso me calo e ignoro, ou pelo menos tento.
Vomitar toda a teologia já é irrelevante, mesmo que está teologia vá de encontro ao mais profundo teólogo póstumo ou a era pentecostal e suas estranhezas.
Pensar num cristianismo pragmático onde tudo deve ser pesado, pensado e posto em prática se tornou um discurso tão irrelevante por causa da banalidade de querer ser o melhor cristão do mundo que se equipara às questões rotineiras como decidir a roupa (ou no caso máscara e fantasia) que irá vestir.
Realmente é pura banalidade e irrelevância querer ser visto por Deus dentro do cristianismo. Digo isso pelos dogmas e divergências que existem mais de dentro para fora do que de fora para dentro.
Afinal se existe um Deus pessoal e onisciente por que no meio do aglomerado de pessoas pedintes, em meio a gritos e histerias de uma demonstração bisonha de um falso poder tentamos chamar sua atenção?!
Apesar de que creio serem irrelevantes as questões que trazem a pauta a unidade dos segmentos cristões e suas idéias, regras, liturgias e dificuldades. Afinal o cristianismo nunca será uníssono, pois ele foi feito, e é praticado por pessoas que são tão diferente entre si que nunca chegarão à utopia desejada e tão sonhada por alguns.
São irrelevantes as nossas questões por que somos os peseudo-intelectuais-teologos de uma fé enlatada, rotulada posta numa prateleira duma loja gospel esperando o próximo movimento cristão que possivelmente será chamado de revelação profética, avivamento ou novo movimento cristão. Sendo que na verdade só existe a inércia daqueles irrelevantes cristãos que brincam de ter “deus” e são empurrados pelos que vem de trás e querem ser os primeiros.
Quando eu quero as respostas mais relevantes dentro do contexto cristão, simplesmente desligo meu computador, fecho minha bíblia, tapo meus olhos e ouvidos, cesso de falar e vou viver lá fora onde as pessoas que também vivem estão.
Então não me procure dentro de um segmento religioso que não irá me achar sentado buscando a atenção de um ser divino.
Vou lá fora viver no mundo que Deus criou e está.
Direto do Lion of Zion.
Deficiências
"Louco" é quem não procura ser feliz com o que possui.
"Cego" é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores.
"Surdo" é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão. Pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês.
"Mudo" é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia.
"Paralítico" é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda.
"Diabético" é quem não consegue ser doce.
"Anão" é quem não sabe deixar o amor crescer. E, finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois:
"Miseráveis" são todos que não conseguem falar com Deus.
"A amizade é um amor que nunca morre. "
Texto do autor gaúcho Mário Quintana.
domingo, 6 de julho de 2008
Salvos da Perfeição
A invenção do amor, ou dos amigos, é o encontro com o imperfeito e aqui está a sua grandeza. Nada se compara ao êxtase da imaginação, à adrenalina do inusitado, ao ciúme diante do livre amante, à ardência do anseio pelo melhor, ao sabor fugidio do fugaz, à satisfação de um mundo transformado, ao descanso gostosamente dolorido diante do que não mais é caos. Sensações próprias da vida imperfeita, do que está para sempre para ser, dos que sempre podem desejar uma outra coisa. Dos humanos.
Logo depois de inventar o imperfeito, Deus conheceu a lágrima da frustração. A dor mais feliz que espíritos livres sentem. Viu as costas dos que mais amou. Duvidou sem desistir, o Criador chorou mais uma vez. Desta lágrima descobriu o perdão. Lágrima esquentada com afeto e graça.
Mal compreendido pelos amigos, inimigos tolos, pecado, recobriram-no de ídolo. De tão cansados do incerto, angustiados por tanta liberdade, os amigos inventaram ídolos, pretensos profetas e arrogantes senhores do futuro, sacerdotes e magos de um deus acuado, cristos milagreiros da mesmice ressurreta. Inventaram a religião, vestiram-se de absoluto.
Deus, que do absoluto fugiu em desespero, que inventara o imperfeito, imperfeito se fez. Inventou-se entre os incertos. Aperfeiçoou a imperfeição. Humanizou-se entre humanos. De tão impreciso, despido das forças do absoluto, igualmente inapreensível, excepcionalmente frágil, tão vivo e tão morto, descortinou o absoluto como quem desnuda o que é mau. Imperfeito, salvou-nos da perfeição.
Elienai Junior
www.elienaijr.wordpress.com/
quarta-feira, 2 de julho de 2008
Evangélicos (homofóbicos) invadem o Congresso pt II !!
Agora, os evangélicos estão anunciando o apocalipse caso o Senado faça o que a Câmara já fez: aprovar lei punindo a homofobia com prisão. A lei em vigor pune a discriminação por raça, cor, etnia, religião e procedência nacional. A nova acrescenta a punição por discriminação contra homossexuais. Cerca de 1 000 evangélicos tentaram invadir o Senado em protesto. Dizem que a criminalização da homofobia levará à prisão em massa de pastores e padres, e viveremos todos sob o domínio gay. A história ensina que, cedo ou tarde, a lei, ou outra qualquer com objetivo similar, será aprovada, e a vida seguirá seu curso regular sem nada de extraordinário.
Os evangélicos e aliados dizem que proibir a discriminação contra gays fere a liberdade de expressão e religião. Dizem que padres e pastores, na prática de sua crença, não poderão mais criticar a homossexualidade como pecado infecto e, se o fizerem, vão parar no xadrez. É uma interpretação tão grosseira da lei que é difícil crer que seja de boa-fé.
Tal como está, a lei não proíbe a crítica. Proíbe a discriminação. Não pune a opinião. Pune a manifestação do preconceito. Uma coisa é ser contra o casamento gay, por razões de qualquer natureza. Outra coisa é humilhar os gays, apontá-los como filhos do demônio, doentes ou tarados. É tão reacionário quanto uma Ku Klux Klan alegar que a proibição da segregação racial fere sua liberdade de expressão. Querem a liberdade de usar a tecnologia Holerite de cartões perfurados pela IBM?
Alegam que a liberdade religiosa fica limitada porque combater o pecado vira crime. É um duplo equívoco. O primeiro é achar que uma doutrina de crença em forças sobrenaturais autoriza o fiel a discriminar o herege. O segundo é atribuir à lei valor moral. O direito penal não é instrumento para infundir virtudes. É um meio para garantir o convívio minimamente pacífico em sociedade. Matar é crime não porque seja imoral, mas porque a sociedade entendeu que a vida deve ser preservada. Dúvidas? Recorram ao Supremo Tribunal Federal. Na democracia, é assim. Lei não é bíblia de moralidade.
O que essa proposta pretende dar aos gays, e sabe-se lá se terá alguma eficácia, é aquilo a que todo ser humano tem direito: respeito à sua integridade física e moral. Os evangélicos, pelo menos os que foram a Brasília, dão prova de desconhecer que seres humanos não diferem de coisas só porque são um fim em si mesmos. Os seres humanos diferem das coisas porque, além de tudo, têm dignidade. As coisas têm preço.
Já comentei essa bobalhada toda, então vou me abster para não ser redundante. Entretanto, visitando o Pavablog essa semana, encontrei mais essa pérola de vídeo. Assista e contemple o domínio total e absoluto de exegese, hermenêutica e cultura geral durante a pregação...
Assistiu tudo ? Então me diz.... quantas vezes você vomitou antes do vídeo terminar ?