quinta-feira, 28 de agosto de 2008
Passando o tempo...
Sentindo saudade dos que não estão aqui...
Rindo das marmotas... (velhos e novos amigos)
Pensando sobre...
Admirando histórias...
terça-feira, 26 de agosto de 2008
A Simplicidade do Evangelho
Sempre foi; sempre será.
Treva, é treva.
Engano, é engano.
Pecado, é pecado.
Graça, é graça.
Constante, imutável; transbordante.
Lei, é lei.
Julgo, é julgo.
Morte, é morte.
Liberdade, é liberdade.
Transformadora; fruto de misercórdia.
Aparência, é aparência.
Inveja, é inveja.
Orgulho, é orgulho.
Misericórdia, é misericórdia.
Diariamente derramada; renovando-se dia a dia.
Ingratidão, é ingratidão.
Intolerância, é intolerância.
Estupidez, é estupidez.
Amor, graça, liberdade e misericórdia geram vida.
Sem os quatro tudo vira vaidade.
E tudo é vaidade.
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
Estou no meu limite.
Não dá para ver o avanço de vigaristas e charlatões prometendo cura divina, prosperidade financeira, solução de problemas conjugais, em troca de ofertas. Não suporto assistir a três minutos de programa de rádio ou de televisão. Sinto náusea com a postura arrogante de falsos profetas que oscilam entre camelôs religiosos e doces professores de Bíblia.
Não dá para lidar com a falta de responsabilidade humana dos fundamentalistas que celebram desastres naturais como sinais inequívocos do pecado ou do fim do mundo. Não tenho mais estômago para ouvir professores de teologia, forjados em seminários de segunda linha, criticando livros que nunca leram ou teólogos que não conseguem citar duas obras. Tenho medo quando discursam na defesa da “reta doutrina”.
Não dá para lidar com a inveja de sacerdotes que voam como abutres à espera de que alguém tropece. O mundo evangélico está repleto de líderes que jamais conseguiriam sobreviver no mundo empresarial, mas vivem de condenar os outros. Preguiçosos e despreparados, adoram praticar tiro ao alvo. Incompetentes, carregam a marca de Caim. Os piores, mimetizam comportamentos moralistas, copiam afirmações heterodoxas e se especializam na defesa das tradições denominacionais.
Não dá para lidar com o ufanismo das falsas onipotências. Na corrida pelos primeiros lugares no Olimpo dos ungidos, sobram narcisistas. Não agüento as empreitadas mundiais, os projetos, as campanhas, que “vão mudar o mundo”. Esses falsos heróis instumentalizam o povo em nome de suas megalomanias. Usam e abusam da boa-fé de quem quer fazer alguma coisa pela humanidade. Só que os recursos doados com sacrifício acabam diluídos na máquina, sugados pela volúpia de poder e investidos em mais propaganda para alardear como são especiais.
Não dá para lidar com a repetição enfadonha de chavões. Cansam as frases prontas, os conceitos batidos e repetidos, que já não transmitem valor algum. A grande maioria dos púlpitos evangélicos é de uma mesmice estupidificante. Os hinos reciclam poesias gastas; os sermões começam e terminam com a promessa de bênção.
Já escrevi que andava cansado com o meio. Já pedi para não ser classificado como “evangélico”. Agora não sei mais o que dizer. Talvez precise continuar batendo na mesma tecla, não dá, não dá, não dá...
Soli Deo Gloria.
Mais um texto de Ricardo Gondim ao qual eu faço eco, "não dá, não dá, não dá..."
sábado, 23 de agosto de 2008
Coração de Pedra
Ali é o lugar ideal pra quem quiser se esconder e ser
Mais um na multidão
Ali é onde os homens se abraçam mas na hora de pagar o
Preço, lavam as mãos
Ali é onde todos se encontram mas acabam se perdendo
Por achar que são invencíveis
Ali não há lugar pra tristeza, pra angústia, pra dor
Ou pra gemidos inexprimíveis
Deus não habita mais em templos feitos por mãos de
Homens
Deus não será jamais acorrentado às paredes de uma
Religião
Deus não habita mais em templos feitos por mãos de
Homens
Deus não será jamais enclausurado na escuridão de quem
Ainda tem um coração de pedra
Ali ninguém conhece a essência, tão somente a
Aparência de viver em comunhão
Ali é onde os loucos se entendem, onde os sábios se
Prendem ao valor da tradição
Um falso paraíso presente, um fanatismo distante, um
Cristianismo sem direção
Ali é onde todos proíbem, onde todos permitem, onde
São assim, nem "sim" nem "não"
Que vença, mesmo que haja desavença, todo aquele que
Repensa na crença da onipresença de deus
Sejamos coerentes, transparentes, reluzentes,
Conscientes, todos crentes que somos os filhos seus
Na rua, no trabalho, na escola, na loja, na padaria,
No posto, na rodovia, na congregação
Que haja em nós o mesmo sentimento: que deus habite em
Nosso coração!
sexta-feira, 22 de agosto de 2008
A Obediência, o 'eu' e a Salvação.
A questão não é a obediência cega de que o cumprimento de leis que são contra o que habita em nós nos trará a Eternidade, mas é a obediência a voz que clama no deserto que existe em cada um que nos faz reconhecer que todos tem um vazio do tamanho de Deus. Essa voz sabe o que é o melhor para cada um, nos restando apenas confiar. Só se ouvindo essa voz que pode haver a transformação do deserto em manacial.
Quem crê, obedece os mandamentos de Deus, não porque os ouviram, mas porque os tem guardado em seu coração. Não são justos os que ouvem os mandamentos, mas os que os praticam, de sorte, que até quem nunca ouviu falar de Cristo pode ser justificado. Pois são os que amam o próximo que conhecem a Deus, mas aqueles que confessaram a Cristo por toda a vida e não amaram o seu irmão, nunca viram a Deus. A estes, Ele dirá: 'Nunca os conheci.'
Os que amam a Deus e o próximo são salvos, pois Deus é Amor. Os misericordiosos alcançarão misericórdia e os perdoadores, o perdão. Quem não julga, não será julgado. A maior Salvação é aquela que ocorre em vida. Salvação de si mesmo. Salvação do próprio ego.
Porém, Deus não tem a pretensão de suprimir quem você é, pelo contrário, é sendo quem você é que se pode chegar a um nível de humanidade que em Cristo teve seu padrão estabelecido. Só sendo nós mesmos é que podemos deixar o 'eu' de lado, isto é, abandonar as máscaras, e permitir que o 'Eu-Cristo' habite dentro. Existir sem Cristo é a pior perdição. É o estado de morte. É catastrófico. É como no princípio: sem forma e vazio.
Eu não lembro de ter presenciado a imolação do Cordeiro desde a fundação do mundo (que para Deus é hoje). A minha certeza é que eu estava lá representado pelo meu Advogado e Réu-substituto. E HOJE eu sofro as consequências da sentença do justo Juiz ao meu favor, o que me traz a convicção de que fui absolvido, e assim, tenho o direito a liberdade de ser quem eu realmente sou: e o nome disso... é Salvação.
porque o meu Advogado, Réu-substituto e o justo Juiz são um só a saber: Cristo.
Texto escrito pelo mais recente companheiro de fé e internético camarada, Filipe.
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
A Igreja Local
Hoje agradecemos pelo conforto de sabermos que não somos os únicos a ansiar por algo diferente.
Particulamente, não gosto dos "pacotes prontos" oriundos da américa lá de cima, mas esse confesso que me interessou. Tá, os caras gostam de definir inclusive o indefinível e "esquematizar" tudo, mas dá um desconto... caso alguém adquira o livro ou o leia, comente um pouco dele pra nós !
Segue abaixo descrição e prefácio do livro (vale a pena ler):
Depois de vários anos de pesquisas e estudos entre a maioria das igrejas norte-americanas a fim de estudar os motivos do constante êxodo de membros das igrejas tradicionais, Barna descobriu o embrião de um grande movimento que caminha célere sem que ninguém o possa parar. Esse movimento “de dentro para fora da igreja” está dando origem a uma nova forma de igreja: “o ser Igreja”. Milhares de cristãos sinceros e dedicados, que por quase toda a vida empenharam seus esforços na construção de um modelo tradicional de igreja, agora estão debandando para outros modelos menos convencionais e mais autênticos de ser cristão e cultuar ao Senhor. As casas estão voltando a ser o reduto da Igreja, e milhares de grupos pequenos estão pipocando em todas as partes dos EUA deixando enormes templos e catedrais quase vazios. Muitas igrejas já estão recebendo propostas para se tornarem estacionamentos ou shopping centers. Mas, quais as causas desse êxodo cristão de volta às casas? O que Deus está fazendo com seu povo nesses últimos dias? E o que pode ocorrer com as igrejas no Brasil? Será que padecemos dos mesmos sintomas gerais que acometem a igreja americana? Quais seriam as semelhanças e as grandes diferenças? Essas e outras questões você estará refletindo ao ler o mais polêmico trabalho de pesquisa e análise de George Barna; livro que vem sendo proclamado como profecia para a igreja de hoje, e criticado como heresia por muitos pastores que vivem das tradições de suas igrejas e denominações. Contudo, a história é inexorável! Ninguém conseguirá deter essa REVOLUÇÃO, pois ela é promovida pelo Espírito Santo, rumo a última batalha. Nos próximos anos, os grandes conflitos nacionais, não se darão pela posse do petróleo ou de outras matrizes de energia, nem pelo poder econômico, que sempre mobilizou o coração humano, nem tão pouco pelo prestígio político mundial, o grande appeal será a defesa fanática dos grandes movimentos religiosos: a luta dos xiitas das religiões entre si em prol do domínio religioso do mundo, e a última fronteira é a Palestina.
Aproveite bastante a leitura do seu REVOLUÇÃO e tire suas próprias conclusões, não se deixe levar pelos boatos ou pela crescente polêmica envolvendo o obra e a pessoa de George Barna (leia abaixo o prefácio escrito pelo próprio George Barna sobre seu polêmico livro)
Boa Leitura!
Oswaldo Paião
Editor
Prefácio
Logo depois de formar-me na Faculdade de Boston, aceitei o posto de analista político na legislatura de Massachusetts. A experiência e os contatos obtidos mediante essa posição se transformaram na administração de campanhas para vários candidatos a cargos federais e estaduais.
Um dos aspectos mais cativantes dessas posições foi a arte de calcular o futuro e de como preparar as pessoas para o que viria. Depois de novos estudos e mais alguns anos nas trincheiras da atividade política e de marketing, minha esposa e eu abrimos o Grupo Barna de Pesquisas. Esta plataforma me permitiu trabalhar com—e aprender lições importantes com—uma lista de clientes desde fontes de influência da mídia, tais como a Disney e a ABC, até organizações tão diversas quanto a Visa e os militares, incluindo também numerosos ministérios cristãos. A pesquisa tornou-se um trampolim para analisar o futuro e as mais estratégicas reações às possibilidades emergentes.
Depois de completar uma boa pesquisa da sociedade de vários ângulos, escrevi um livro em 1990 com o título The Frog in the Kettle [Rã Na Chaleira / Abba Press]. A premissa era que poderíamos prever o que aconteceria nos Estados Unidos durante a década seguinte com razoável exatidão, capacitando os indivíduos e organizações (inclusive ministérios cristãos) a prever mudanças, ajudar a moldá-las e capitalizar com respeito à natureza em transição da nossa cultura. É gratificante recapitular o conteúdo do livro e compreender que mais de noventa por cento dos resultados previstos se concretizaram. Entretanto, as conseqüências mais gratificantes foram as declarações de muitos líderes, indicando que tal antecipação ajudara os seus ministérios a prosperarem em meio ao caos e às dificuldades.
O livro que você está lendo oferece uma descrição ainda mais significativa do produto da mudança cultural e da transformação espiritual. Ao contrário do Rã na Chaleira, este não é um livro sobre diversas tendências. Possui uma única tendência que já está redefinindo a fé e a igreja em nosso país. Trata-se de uma energia e uma atividade espirituais que estamos chamando de Revolução—uma reengenharia sem precedentes da dimensão da fé americana, a qual será provavelmente a transição mais importante que você jamais experimentará no panorama religioso. Ao ler os capítulos que se seguem, você vai compreender a razão pela qual faço tão ousada afirmativa.
Permita-me explicar a razão de ter escrito este livro. Há três resultados que espero atingir. Primeiro, quero informar as pessoas sobre as mudanças radicais que estão modificando a igreja na América. Usando a nossa pesquisa nacional como fundamento, juntamente com narrativas oferecidas por muitos revolucionários sobre a sua jornada espiritual, este livro pretende apresentar um quadro da condição atual da Revolução e para onde ela está se dirigindo.
Segundo, além de apresentar simplesmente a Revolução e seus participantes, desejo ajudar os revolucionários a compreenderem melhor a si mesmos. Muitos deles sentem-se como se fossem estranhos e a maioria luta com sentimentos conflitantes sobre a sua posição de líderes espirituais que não possuem uma pátria espiritual. Eu me sentiria muito feliz se este pequeno volume ajudasse a firmar a consciência pessoal deles, legitimar sua busca louvável de serem como Cristo, além de prover linguagem esclarecedora e recursos práticos para assisti-los em sua jornada.
Finalmente, quero encorajar os que estão lutando com sua posição no reino de Deus para considerarem este despertamento espiritual como uma alternativa viável ao que buscaram e experimentaram até agora. Algumas vezes as pessoas sabem o que elas querem e devem fazer, mas sentem-se constrangidas pelas circunstâncias ou expectativas. Espero que este livro dê a essas pessoas a permissão que precisam para alcançar o seu próximo nível de maturidade espiritual.
Quer você queira ou não, terá de posicionar-se com respeito à Revolução. Ela está prestes a tornar-se o novo e mais importante padrão do corpo de cristãos americanos em mais de um século. A sua resposta não deve basear-se no fato de sentir-se ou não confortável em relação a ela, mas sim na sua conformidade com os princípios bíblicos e sua capacidade de fazer avançar o Reino de Deus. Se você for um seguidor de Jesus Cristo, deve então entender esta Revolução de fé porque ela já está causando impacto na sua vida e vai continuar a fazer isto nos anos vindouros. Minha oração é que este livro forneça o discernimento que você necessita para abranger esta dinâmica espiritual e descobrir como está, ou deveria estar, a sua própria viagem de fé, ligada à Revolução.
Se você descobrir que é, ou quer tornar-se, um revolucionário, bem-vindo ao grupo.
Do lado prático, quero advertir que em todo o livro uso as palavras igreja (i minúsculo) e Igreja (I maiúsculo) de maneiras muito diferentes. A distinção é crítica. O i minúsculo se refere à experiência de fé baseada na congregação, que envolve uma estrutura formal, uma hierarquia de liderança e um grupo específico de crentes. O termo Igreja, por outro lado, refere-se a todos os crentes em Jesus Cristo, abrangendo a população de indivíduos a caminho do céu e unidos pela sua fé em Cristo, sem levar em conta as ligações ou envolvimentos da igreja local. Alguns chamam isto de Igreja universal, em oposição à igreja local. Como vê, a Revolução está destinada a fazer avançar a Igreja e redefinir a igreja.
Você pode sentir-se aliviado e entusiasmado com o conteúdo deste livro—ou pode reagir com ira intensa, ou mesmo reprovação. Seja o que quer que sinta, peço que leia o livro inteiro antes de julgá-lo. O livro não é longo nem teologicamente denso; é fácil de ler. Pretende, entretanto, ser um argumento coerente e imparcial.
Obrigado por dar-me a oportunidade de compartilhar parte das realidades desafiadoras e transformadoras de vida que mudaram milhões de americanos. Sinto-me honrado e humilde por admitir que sou agora contado com a multidão.
Bênçãos abundantes para você,
George Barna
Ventura, Califórnia
No Tomei a Pílula Vermelha, vemos um pouco mais do livro. O texto acima foi tirado do site da editora.
Não entro mais em igreja !
Lembro do tempo em que deixei de ser "pastor local", passando a dedicar-me exclusivamente ao "ministério itinerante", quando, como nunca antes, senti a culpa de não ir "à igreja" no domingo cedo, na Escola Dominical.
Ora, não se tratava de um desconforto para o qual eu não tivesse uma resposta consciente e bíblica, porém, a alma condicionada, não reconhece nem mesmo as verdades da Palavra.
Assim, eu pregava a semana toda, no mínimo duas vezes por dia, mas, aos domingos de manha, eu queria descansar, já que à noite eu pregaria mesmo, de qualquer maneira.
Aí, porém, morava o problema; posto que ficasse sempre aquele sentimento de culpa, como se minha ausência do lugar fosse emocionalmente semelhante a ter se distanciado de Deus.
Prova disso está no simples fato de as pessoas se referirem à freqüência às reuniões como "ir à igreja".
Há mesmo os que dizem que "não entram numa igreja" há muitos anos; embora eles mesmos não se sintam mais longe de Deus.
"Teologicamente", todos os que estão em Deus estão na Igreja, embora, muitas vezes, não estejam em "igreja" alguma.
Entretanto, a designação da experiência com a igreja como sendo algo que caiba no movimento de ir ou não ir, já demonstra o dado psicológico de que a igreja é, para muita gente, um lugar; e, portanto, quando se associa tal realidade a Deus, não ir à igreja é, no inicio, como não ir a Deus, ou como estar fora de Deus.
Há o mandamento bíblico [Hebreus 13] no sentido de que não se deixe de congregar, como é costume de alguns.
Ora, isto é dito em Hebreus no mesmo contexto em que se denuncia a presença ritualística aos cultos, escravizando-se a alma aos padrões antigos, infantis e pagãos.
Portanto, não se diz que não ir seja um problema, mas sim se diz que o deixar de viver a vontade de encontro com os irmãos, é algo que pode dês-aquecer a alma e tirar a alegria e a exultação horizontal da pratica da fé.
Quando eu sou igreja [e assim entenda!], mesmo quando não vou aos encontros, sou; e isto jamais muda em mim.
Porém, quando a minha alma se desconecta do compromisso histórico da fé [que é sempre horizontal, e, portanto, com os irmãos], a primeira coisa que acontece é que se faz da não ida algo mais sério do que de fato seja; e, em tal caso, torna-se algo sério, não por não se ir ao ajuntamento, mas sim em razão de que não se vai por se julgar existir uma briga entre nós e Deus.
E mais:
Muitas vezes não se acha uma comunhão espiritual que justifique a saída de casa.
Ora, em tal caso não se deve ir mesmo a lugar algum aonde se vá apenas para que se cumpra um rito mágico ou um dever devocional, pois, não tem sentido ou mesmo valor algum.
Durante uns dois anos, entre 1984 e 1986, senti muito culpa quando os filhos iam aos domingos de manhã à Escola Dominical e eu ficava em casa cuidando do jardim e descansando.
Parecia que eu estava negando a fé; e, por mais eu me dissesse que não era assim, no entanto, dado aos anos de pratica pastoral, indo aos cultos pregar e ensinar todos os domingos, o sentimento se manifestava mesmo contra os meus argumentos.
Ora, é neste ponto que se percebe o quanto se está religioso.
E mais:
Sempre que tal culpa bate no coração não havendo razão para tal, é prova de nossa religiosidade.
Não devemos deixar de nos congregar; ao mesmo tempo em que congregar-se jamais deve ser algo movido pela culpa ou pela irrazoabilidade das neuroses religiosas.
Tudo isso descrito acima é parte de um texto escrito pelo Caio Fábio , e tivemos a liberdade de não colocar o final do texto. Posteriormente explicaremos o porquê.
terça-feira, 19 de agosto de 2008
Um Conceito Interessante...
O que é o Caminho?
O Caminho é mais que um lugar ou um clube de iluminados. Trata-se de um movimento de subversão do Reino de Deus na Terra. Por esta razão, "o Caminho" é feito de gente chamada a assumir seu papel de sal que se dissolve e some para poder salgar; de fermento que se imiscui na massa e desaparece a fim de subverter; de pequena semente que se torna grande e generosa árvore que a todos acolhe; de Casa do Pai para os filhos Pródigos e também para os Irmãos Mais Velhos que se alegrarem com a Graça do perdão; e um ambiente espiritual no qual até o "administrador infiel" possa se consertar, e, assim, tentar fazer o melhor do que restou.
No Caminho todos são irmãos, e ninguém é juiz do outro. Assim, ajudam-se, mas não se esmagam uns aos outros, posto que no Caminho todos caem e levantam, todos se enfraquecem, mas não desanimam, todos são humanos, e, com humanidade são tratados, conforme o Dogma do Amor.
Desse modo, "os do Caminho" andam no mundo, no chão da terra, em meio à sociedade humana; e isto sem fazer propaganda religiosa, mas, antes e sobretudo, "sendo" povo de Deus entre os homens vivendo mediante a "fé que atua pelo amor".
Jesus nunca quis fundar uma religião. Nada foi mais danoso para a genuína fé do que terem-na feito tornar-se uma religião, entre as demais.
Seguir Jesus é aceitar um modo de ser, é assumir como vida as Suas palavras, e é dar testemunho do Evangelho não como uma "estratégia de evangelização", mas sim como a natural vocação da Vida em Cristo.
O "Caminho da Graça" é a simples busca de viver o Evangelho com tal consciência entre os homens. Nada mais e nada menos do que isto!
Portanto, se o que você aqui ler for algo que receba o testemunho interior do Espírito Santo como sendo verdade conforme o espírito do Evangelho, então, una-se àqueles que desejam apenas andar conforme o chamado original dos "do Caminho", conforme o livro de Atos.
Bem interessante, não ?
Direto do Blog do Caminho da Graça
sábado, 16 de agosto de 2008
Zona da Reforma
sábado, 9 de agosto de 2008
Eu gosto de Rubem Alves.
Acabei de receber um texto e, de novo, senti-me visitado pelo Mistério. Sei, sei, já ouvi tudo o que podia ser dito sobre as heresias, os absurdos teológicos, as tontices do Rubem (sinto-me tão próximo, que me atrevo chamá-lo pelo primeiro nome), mas ele consegue entrar nos cantinhos mais secretos do meu ser. Então, às favas com a ortodoxia. Rubem, você é bem-vindo ao solo sagrado do meu coração.
Eis o texto:
Sobre Deus
Rubem Alves
Alguém disse que gosta das coisas que escrevo, mas não gosta do que penso sobre Deus. Não se aflijam. Nossos pensamentos sobre Deus não fazem a menor diferença. Nós nos afligimos com o que os outros pensam sobre nós. Pois que lhes digo que Deus não dá a mínima. Ele é como uma fonte de água cristalina. Através dos séculos os homens tem sujado essa fonte com seus malcheirosos excrementos intelectuais. Disseram que ele tem uma câmara de torturas chamada inferno onde coloca aqueles que lhe desobedecem, por toda a eternidade, e ri de felicidade contemplando o sofrimento sem remédio dos infelizes.
Disseram que ele tem prazer em ver o sofrimento dos homens, tanto assim que os homens, com medo, fazem as mais absurdas promessas de sofrimento e autoflagelação para obter o seu favor. Disseram que ele se compraz em ouvir repetições sem fim de rezas, como se ele tivesse memória fraca e a reza precisasse ser repetida constantemente para que ele não se esqueça. Em nome de Deus os que se julgavam possuidores das idéias certas fizeram morrer nas fogueiras milhares de pessoas.
Mas a fonte de água cristalina ignora as indignidades que os homens lhe fizeram. Continua a jorrar água cristalina, indiferente àquilo que os homens pensam dela. Você conhece a estória do galo que cantava para fazer nascer o sol? Pois havia um galo que julgava que o sol nascia porque ele cantava. Toda madrugada batia as asas e proclamava para todas as aves do galinheiro: “Vou cantar para fazer o sol nascer”. Ato contínuo subia no poleiro, cantava e ficava esperando. Aí o sol nascia. E ele então, orgulhos, disse: “Eu não disse?”. Aconteceu, entretanto, que num belo dia o galo dormiu demais, perdeu a hora. E quando ele acordou com as risadas das aves, o sol estava brilhando no céu. Foi então que ele aprendeu que o sol nascia de qualquer forma, quer ele cantasse, que não cantasse. A partir desse dia ele começou a dormir em paz, livre da terrível responsabilidade de fazer o sol nascer.
Pois é assim com Deus. Pelo menos é assim que Jesus o descreve. Deus faz o sol nascer sobre maus e bons, e a sua chuva descer sobre justos e injustos. Assim não fiquem aflitos com minhas idéias. Se eu canto não é para fazer nascer o sol. É porque sei que o sol vai nascer independentemente do meu canto. E nem se preocupem com suas idéias . Nossas idéias sobre Deus não fazem a mínima diferença para Ele. Fazem, sim, diferença para nós. Pessoas que tem idéias terríveis sobre Deus não conseguem dormir direito, são mais suscetíveis de ter infartos e são intolerantes. Pessoas que têm idéias mansas sobre Deus dormem melhor, o coração bate tranqüilo e são tolerantes.
Fui ver o mar. Gosto do mar quando a praia está vazia da perturbação humana, Nas tardes, de manhã cedo. A areia lisa, as ondas que quebram sem parar, a espuma, o horizonte sem fim. Que grande mistério é o mar! Que cenários fantásticos estão no seu fundo, longe dos olhos! Para sempre incognoscível! Pense no mar como uma metáfora de Deus. Se tiver dificuldades leia a Cecília Meirales, Mar Absoluto. Faz tempo que, para pensar sobre Deus, eu não leio teólogos; leio os poetas. Pense em Deus como um oceano de vida e bondade que nos cerca. Romain Rolland descrevia seu sentimento religioso como um “sentimento religioso”. Mas o mar, cheio de vida, é incontrolável. Algumas pessoas têm a ilusão que é possível engarrafar Deus. Quem tem Deus engarrafado tem o poder. Como na estória de Aladim e a lâmpada mágica. Nesse Deus eu não acredito. Não tenho respeito por um Deus que se deixa engarrafar. Prefiro o mistério do mar... Algumas pessoas não gostam do que penso sobre Deus porque elas deixam de acreditar que suas garrafas religiosas contenham Deus...
Faço minhas as palavras do Ricardo Gondim.
Para saber mais sobre Rubem Alves acesse: http://www.rubemalves.com.br/albumderetratos.htm
domingo, 3 de agosto de 2008
Dando beijo e passando a lixa
Se alguém verdadeiramente te ama, saiba que esse alguém irá te confrontar; irá te forçar a ser uma pessoa melhor, antes de desejar que você saiba mais da bíblia. E finalmente, se prepare: porque uma pessoa que nutre tal amor por você também demonstrará isso através dos atritos.
Quer saber quem te ama ? Observe quem está próximo e sempre te dá apoio, atenção, é generoso, mas note: se essa pessoa não anda pegando no seu pé, questionando seus comportamentos, sua idéia, suas convicções, a maneira como você vive na sua casa, o jeito que você administra seu patrimônio, ou nunca lhe chama atenção acerca dos seus procedimentos, saiba que é dada toda a permissão para questionar se a palavra mais apropriada para esse relacionamento é amizade ou, mais grave ainda, amizade permeada com amor.
Meu crescimento acontece(u) assim. Não em ambientes eclesiásticos, porque esses não curam; eles são a enfermaria, mas se não tiver um médico ou um enfermeiro disposto a arregaçar as mangas você morre no leito. Mas veja bem: eu estou vivo hoje para contar essa história. E se eu estou assim, não tenha dúvidas, conheci ótimos médicos, como o querido irmão e amigo Nelson Massambani. Esse me deu atenção extra: Cuidou, gritou, esbravejou, questionou e sobretudo amou ! Meu único arrependimento na relação que tivemos ao longo dos anos foi não tê-lo ouvido mais !
Por isso certa vez coloquei aqui um post dedicado aos valiosos amigos de Fortaleza: eles me amaram, e eu a eles. Estou a 4.700 km de distância deles, mas vou continuar dizendo até o dia da minha morte que eu amo, amo e amo. Porque eu sei e creio que a intensidade de nossa relação será conhecida e almejada pelos meus filhos, de maneira que eles construirão um ciclo que deverá se repetir pelas gerações seguintes de minha família, que tranquilamente será reconhecida por ser um povo relacional e amoroso. Não é utopia, é uma realidade levada adiante por pessoas que amam e se atritam conforme provérbios, que diz que como o ferro com o ferro se afia, assim o homem ao seu amigo.
Só Deus sabe o quanto nos atritamos com nossos amigos, e quantas pessoas dura e extremamente confrontadas por nós nos amam ! Isso sim é um grande milagre de Deus !
Essa é a relação que eu e minha esposa temos para conosco e para com nossos amigos. Não somos quebra-galho, pessoas de favores ou prestativas. Nós não queremos servir mais ninguém, nem pessoa, nem igreja, nem Jesus ! Queremos ser amigos. Porque se eu não souber a seu respeito e você não souber a meu respeito, passaremos um longo período nos servindo mutuamente, e no final ainda não seremos amigos; quando você ficar doente eu o ajudarei, quando eu precisar de dinheiro você me dará, cumprindo assim um protocolo que o próprio Jesus não pregou. Não pregou ! Porque ele mesmo disse, em João, que "já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer."
Espero sinceramente, que possamos perder o medo de nos relacionarmos, nos envolvendo, amando e atritando cada vez mais, produzindo cada vez mais cura para esse mundo tão doente.
sexta-feira, 1 de agosto de 2008
Cristianismo Saudável
Uma das imagens mais conhecidas da Igreja é que ela é um hospital. O grande problema é que nós, brasileiros, temos como referência o SUS. E a igreja evangélica brasileira seria a versão “gospel” do Sistema Único de Sáude.
O que temos visto é um corpo doente, e ainda ouso diagnosticar, estamos com hanseníase. Sim, a famosa Lepra dos tempos bíblicos. Porque hanseníase? Simples, perdemos a sensibilidade da dor, não a nossa, mas a do próximo. Perdemos o contato, uns com os outros. Não sentimos mais a diferença entre calor e frio, seja ele humano ou espiritual.
O mais importante hoje em dia é a unção, o mover. Seja ele profético ou apostólico. E cresce a massa descerebrada, sem noção da verdade e de vida espiritual medíocre, baseada única e exclusivamente no seu próprio umbigo.
Um tempo atrás, escrevi um post com uma frase que dizia: “E os evangélicos estão se tornando cada vez mais, seres extraterrestres afetados com uma fé idiota e absurdamente pós-moderna, mesmo sem saberem o que significa isso.” - (Pós-modernidade e ermitões). E fui questionado sobre o que eu queria dizer. Confesso que naquele momento apenas expressei minha ira com a situação evangélica nacional, era apenas um grito de manifesto, um protesto. E fui(re)pensar o que eu escrevi.
Nos tornamos extraterrestres a partir do momento que fugimos, decidimos ficar de fora, da história da humanidade, por achar que assim, seremos santos. Engraçado perceber, que Jesus, sendo santo, interferiu diretamente na história da humanidade, sem temer perder sua santidade. E no cotiadiano, é que vemos a ação do Messias. Em conversas de papo furado em beiras de poço, com pessoas de má fama, com pessoas cabeças duras e religiosas. Pessoas que achavam que podiam apenas dizer, “Senhor eu morro contigo se for o caso”. Tudo da boca pra fora. Porque na hora de ver quem era macho de segurar o rojão, ele foi o primeiro a pular fora. Temos que estar inseridos na política sim, mas também na cultura, nas artes, na publicidade, no carnaval, nos bares da esquina e nas conversas de futebol. Sem querer “gospelizar”, criar sub culturas ou guetos evangélicos. Mas estar inseridos no contexto do dia-a-dia.
Um Cristianismo de café com leite, pão e manteiga.
A fé idiota e pós-moderna, fica por conta do nosso egoísmo, de achar que Deus trabalha pra nós. Somos especiais, somos filhos do Rei. Pregações e manifestações declarando nossa vitória. Mas esquecem de declarar que para se chegar a vitória ou a terra prometida, há um deserto. É uma fé infantil. Ingênua, e até tola. O mais importante nessa história toda, não é o objetivo, mas a jornada. É onde iremos crescer, amadurecer e desenvolver um cristianismo saudável.
Estamos leprosos. Estamos doentes. Mas há cura.
Quando deixamos que o toque daquele que nunca temeu ficar doente, por amor a nós, nos atinja, seremos curados. Quando nossas mentes começarem a entender que não é por mim, mas pelo próximo que devo viver e servir. Quando nossas ações falarem mais alto que qualquer música ou pregação. Quando nos juntarmos com o povo, e de lá, tirarmos os doentes. Sem medo de ficar doentes. Sem medo de tocar nas pessoas, sentido sua dor, suas angústias. Chorando suas tristezas. Aí sim, seremos verdadeiramente um hospital. Seremos enfermeiros. Lembrando sempre, que também estamos doentes, e precisamos diariamente da dose de nosso remédio, uma transfusão de sangue, o mesmo que foi derramado na cruz.
Eu estou doente. Preciso de ti, Senhor. Sempre!
Direto do Nitrogênio, para o qual eu respondo apenas com uma palavra: amém.