Livro questiona a verdade cristã presente nas igrejas, abalada pela institucionalização excessiva.
Magno Paganelli
104 páginas
Arte Editorial
Desde os primeiros séculos da história do cristianismo, inicialmente movimento leigo a partir dos ensinamentos de Jesus e de suas manifestações, a Palavra foi incorporada pelo domínio do clericalismo e do Estado Romano (séc.IV) para tornar-se religião oficial do Estado. Após o movimento protestante, na Europa dos séculos XVI e XVII, surge o Protestantismo como religião oficial de vários Estados europeus. E assim tem sido até o cenário eclesiástico atual: a história da Igreja se confundido com uma história de institucionalização.
O livro de Magno Paganelli discute o problema gerado por essa institucionalização exacerbada que, muitas vezes, extrapola o apoio na transmissão dos ensinamentos da Palavra em prol de interesses próprios, fazendo com que se percam os princípios genuínos cristãos. Dessa forma, vê-se a construção de “impérios pessoais“ em detrimento da missão das Igrejas em tomar a frente na construção do Reino de Deus.
Magno também retrata as divergências das interpretações da Palavra que tem levado a posturas errôneas de fiéis e autoridades religiosas diante do adequamento as regras estabelecidas pelas diferentes congregações.
Chama a atenção para a importância e necessidade de nos avaliarmos em nossas condutas e não perdermos de vistas que somos o “povo do livro” (A Bíblia), todos nós, padres, pastores, cristãos, evangélicos, protestantes, fiéis, etc.
Magno, entretanto, evidencia que sua obra não encerra o propósito de crítica à Igreja no Brasil, tão pouco ganha espaço por meio de revelações polêmicas, antes, seu trabalho representa uma “dividia impagável com o Corpo de Cristo” e um compromisso com a verdade, para o bem comum.
Claramente ele faz uma leitura de três áreas da vida da Igreja brasileira, a saber: 1- O rigor tomado pela Igreja, com base na tradição, que tem sobrepujado as Escrituras; 2- O domínio de propriedades da Igreja e da sua geografia, por “donos” que detém setores e constroem “impérios pessoais”; e 3- A fé, como objeto principal da Igreja e da religião cristã, discutindo como ela tem sido sustentada e transmitida por quem ensina e prepara nos meios religiosos.
A igreja é temporal e, por isso, passageira, até que Jesus venha novamente. Assim, Magno nos deixa em seu livro a mensagem de que a Palavra deve ser a pedra fundamental em nosso modo de dirigir a vida e sempre devemos voltar-nos a Ela.
Nenhum comentário:
Postar um comentário