domingo, 29 de junho de 2008
quinta-feira, 26 de junho de 2008
Evangélicos invadem o Congresso !!!
Evangélicos invadem Congresso contra projeto que criminaliza homofobia
Vi essa notícia hoje, no jornal Folha de São Paulo, enquanto esperava alguns documentos no cartório de protestos daqui de Igrejinha (RS). Realmente interessante a proposta dos evangélicos; sim, dos "evangélicos". Não me incluo nesse meio já há tempos, e agora menos ainda.
Encabeçado pela Sara Nossa Terra e Assembléia de Deus (visto que Terra Nova e Malafaia são a nova dupla dinâmica, profética e escatológica dos evangélicos), tive o (des)prazer de ver motivações (que não me convencem) declaradas, como a do deputado Rodovalho (DEM-DF), da Igreja Sara Nossa Terra:
"Achamos que o problema da discriminação não atinge só os homossexuais, mas também os negros, as mulheres, até mesmo nós evangélicos. O projeto de lei dá poderes ditatoriais a uma minoria. Se um funcionário for dispensado de uma empresa, por exemplo, pode alegar homofobia e o dono da empresa vai ser preso por crime hediondo, inafiançável. Queremos trazer um projeto para proteger todas as minorias."
Vi também outra mais sincera, do pastor Jabes de Alencar, da Assembléia de Deus. Esse me mostrou o verdadeiro motivo da coisa:
"Senhor, sabemos que há uma maquinação para que esse país seja transformado numa Sodoma e Gomorra [cidades bíblicas que teriam sido destruídas pelos excessos cometidos por seus moradores]. Um projeto desses vai abrir as portas do inferno."
Já Silas Malafaia, malafaiou o seguinte:
"Esse projeto de livre expressão sexual abre as portas para a pedofilia. É uma afronta à Constituição e à família."
Ri depois da declaração do deputado Miguel Martini (PHS-MG):
"Nós amamos os homossexuais, porque são nossos irmãos, mas não amamos o "homossexualismo'. É um grande combate que estamos enfrentando entre luz e trevas. Não aceitamos discriminação de ninguém, mas não aceitamos sermos discriminados em nossas convicções religiosas."
Eu fico pasmo. Simplesmente surpreendido. Os (pseudo) líderes "evangélicos" me surpreendem a cada dia mais... sim, porque se o que se está discutindo é a homofobia, e não o homossexualismo. Então, sendo o mais idiota possível, ainda fica claro que os "evangélicos" querem ter o direito assegurado de distinguir "joio do trigo", ou melhor: da lingüiça !
Perceba bem: os métodos são os mesmos de sempre. Ameaças em tons colossais (Sodoma e Gomorra, pedofilia, abertura das portas do inferno, blablablabla...), batalha espiritual, amor ao pecador e ódio ao pecado... enfim, tudo aquilo que já me cansou o suficiente. Caso a lei seja aprovada, eu torceria para que esa manifestação também fosse considerada homofobia.
Muito mais revestida de graça, e com mais de discernimento, a relatora do projeto no Senado, a senadora Fátima Cleide (PT-RO), comentou: "Infelizmente alguns religiosos utilizam discurso político para tentar ludibriar as pessoas crentes e tementes a Deus. Há que se observar aí mais uma postura de intolerância, pois em qualquer religião há diversidade dos seres humanos".
Amém, senadora !
Encabeçado pela Sara Nossa Terra e Assembléia de Deus (visto que Terra Nova e Malafaia são a nova dupla dinâmica, profética e escatológica dos evangélicos), tive o (des)prazer de ver motivações (que não me convencem) declaradas, como a do deputado Rodovalho (DEM-DF), da Igreja Sara Nossa Terra:
"Achamos que o problema da discriminação não atinge só os homossexuais, mas também os negros, as mulheres, até mesmo nós evangélicos. O projeto de lei dá poderes ditatoriais a uma minoria. Se um funcionário for dispensado de uma empresa, por exemplo, pode alegar homofobia e o dono da empresa vai ser preso por crime hediondo, inafiançável. Queremos trazer um projeto para proteger todas as minorias."
Vi também outra mais sincera, do pastor Jabes de Alencar, da Assembléia de Deus. Esse me mostrou o verdadeiro motivo da coisa:
"Senhor, sabemos que há uma maquinação para que esse país seja transformado numa Sodoma e Gomorra [cidades bíblicas que teriam sido destruídas pelos excessos cometidos por seus moradores]. Um projeto desses vai abrir as portas do inferno."
Já Silas Malafaia, malafaiou o seguinte:
"Esse projeto de livre expressão sexual abre as portas para a pedofilia. É uma afronta à Constituição e à família."
Ri depois da declaração do deputado Miguel Martini (PHS-MG):
"Nós amamos os homossexuais, porque são nossos irmãos, mas não amamos o "homossexualismo'. É um grande combate que estamos enfrentando entre luz e trevas. Não aceitamos discriminação de ninguém, mas não aceitamos sermos discriminados em nossas convicções religiosas."
Eu fico pasmo. Simplesmente surpreendido. Os (pseudo) líderes "evangélicos" me surpreendem a cada dia mais... sim, porque se o que se está discutindo é a homofobia, e não o homossexualismo. Então, sendo o mais idiota possível, ainda fica claro que os "evangélicos" querem ter o direito assegurado de distinguir "joio do trigo", ou melhor: da lingüiça !
Perceba bem: os métodos são os mesmos de sempre. Ameaças em tons colossais (Sodoma e Gomorra, pedofilia, abertura das portas do inferno, blablablabla...), batalha espiritual, amor ao pecador e ódio ao pecado... enfim, tudo aquilo que já me cansou o suficiente. Caso a lei seja aprovada, eu torceria para que esa manifestação também fosse considerada homofobia.
Muito mais revestida de graça, e com mais de discernimento, a relatora do projeto no Senado, a senadora Fátima Cleide (PT-RO), comentou: "Infelizmente alguns religiosos utilizam discurso político para tentar ludibriar as pessoas crentes e tementes a Deus. Há que se observar aí mais uma postura de intolerância, pois em qualquer religião há diversidade dos seres humanos".
Amém, senadora !
terça-feira, 24 de junho de 2008
300 Visitas !!
Sou Cristão Apesar da Igreja
Com o mesmo título do (recomendadíssimo) livro de Phillip Yancey, chega a sexta edição do Zona da Reforma.
sábado, 21 de junho de 2008
Deus não existe!
Deus não existe. Ele é Ele mesmo pra além de toda essência e existência. Portanto, argüir acerca da existência de Deus é o mesmo que negá-Lo. Deus não existe. Ele é. Eu existo. Pois existir não é algo que seja pertinente ao que É. Existir é o que se deriva do que sendo, É de si e por si mesmo.
Deus não existe. O que existe tem começo. Deus nunca começou. Deus nunca surgiu. Nunca houve algo dentro do que Deus tenha aparecido.
Deus não existe. Se Deus existisse, Ele não seria Deus, mas apenas um ser na existência.
Se Deus existisse, Ele teria que ter aparecido dentro de algo, de alguma coisa, e, portanto, essa coisa dentro da qual Deus teria surgido, seria a Coisa-Deus de deus.
Existem apenas as coisas que antes não existiam. Existir surge da não existência. Deus, porém, nunca existiu, pois Ele é.
Sim, dizer que Deus existe no sentido de que Ele é alguém a ser afirmado como existente, é a própria negação de Deus. Pois, se alguém diz que Deus existe, por tal afirmação, afirma Deus, e, por tal razão, o nega; posto que Deus não tem que ser afirmado, mas apenas crido.
Deus É, e, portanto, não existe. Existe o Cosmos. Existem as galáxias. Existem todos os entes energéticos. Existem anjos. Existem animais e toda sorte de vida e anima vivente. Existem vegetais, peixes, e organismos de toda sorte. Existem as partículas atômicas e as subatômicas. Existe o homem. Etc. Mas Deus não existe. Posto que se Deus existisse dentro da Existência, Ele seria parte dela, e não o Seu Criador.
Um Criador que existisse em Algo, seria apenas um engenheiro Universal e um mestre de obras cósmico. Nada, além disso. Com muito poder. Porém, nada além de um Zeus Maior.
Assim, quando se diz que Deus está morto, não se diz blasfêmia quando se o diz com a consciência acima expressa por mim; pois, nesse caso, quem morreu não foi Deus, mas o “Deus existente” criado pelos homens. Tal Deus morreu como conceito. Entretanto, tal Deus nunca morreu De Fato, pois, como fato, nunca existiu — exceto na mente de seus criadores.
Assim, o exercício teológico, seja ele qual for, quando tenta estudar Deus e explicar Deus, tratando-o como existente, o nega; posto que diz que Deus existe, fazendo Dele um algo, um ente, uma criatura de nada e nem ninguém, mas que também veio a existir dentro de Algo que pré-existia a Ele, e, portanto, trata-se de Algo - Deus sobre o tal Deus que existe.
A Escritura não oferece argumentos acerca da existência de Deus. Jesus tampouco tentou qualquer coisa do gênero. Tanto Jesus quanto a Escritura apenas afirmam a fé em Deus, e tal afirmação é do homem e para o homem — não para Deus —; pois se fosse para Deus, o homem seria o Deus de Deus, posto a existência de Deus dependeria da afirmação e do reconhecimento humano. Tal Deus nem é e nem existe; exceto na mente de seus criadores.
Deus não existe. O que existe pertence ao mundo das coisas que existem OU não existem. Deus, porém, não pertence a nada, e, em relação a Ele, nada é relação.
Defender a existência de Deus é ridículo. Sim, tal defesa apenas põe Deus entre os objetos de estudo. Por isto, dizer: “Deus existe e eu provo” — é não só estupidez e burrice; mas é, sem que se o queira, parte da profissão de fé que nega Deus; pois se tal Deus existe, e alguém prova isto, aquele que apresenta a prova, faz a si mesmo alguém de quem Deus depende pra existir... e ou ser.
O que “existe”, pertence à categoria das que coisas que são porque estão. Deus, porém, não está; posto que Ele É.
Ser e estar não são a mesma coisa, como o são na língua inglesa. O que existe pertence ao que é apenas porque está. Deus, entretanto, não está porque Ele É.
“E quem direi que me enviou?” — perguntou Moisés. “Dize-lhes: Eu sou me enviou a vós outros!” — disse Ele.
Desse modo, Deus não diz “Eu Estou”, mas sim “Eu Sou”. Ora, um Deus que está, não é, mas passou a ser. Porém o Deus que É, mas não está; não pertence ao mundo das coisas verificáveis; posto que Aquele que É, não está; pois se estivesse, seria —, mas não Seria Aquele de Quem procedem todas as existências, sendo Ele apenas um ele, e não Ele; e, por tal razão, fazendo parte das coisas que existem — mas sem poder dizer Eu Sou!
Jesus também falou da sutileza do ser em relação ao estar. Quando indagado acerca da ressurreição pelos saduceus (que não criam em nada que não fosse tangível), Ele respondeu: “Não lestes o que está escrito? Eu sou o Deus de Abraão, eu sou o Deus de Isaque, eu sou o Deus de Jacó. Portanto, Ele é Deus de vivos, e não de mortos; pois para Ele todos vivem”. Assim, os que vivem para sempre são os que são em Deus, e não os que estão existindo. A vida eterna não é existir pra sempre, mas ser em Deus.
Assim, para viver eternamente eu tenho que entrar na dissolvência da existência, a fim de poder mergulhar naquilo que está pra além do que existe; posto que É.
A morte pertence à existência. A vida, porém, se vincula ao que não existe, pois, de fato É.
O que existe carrega vida, mas não é vida. A vida, paradoxalmente, não pertence ao que é existente, mas sim ao que É.
Quando falo de vida, refiro-me não às cadeias de natureza biológica que constituem a vida dentro da existência. Mas, ao contrario, ao falar em vida, refiro-me ao que é para além da existência constatável.
Portanto, Paul Tillich tem razão quando diz: “God does not exist. He is being itself beyond essence and existence. Therefore to argue that God exists is to deny him”.
Ora, usando uma gíria de hoje, eu diria: Tillich tem razão quando diz: “Deus não existe!” — pois é isto que hoje se diz quando algo está pra além da existência: “Meu Deus! Esse cara não existe!”. Assim é com Deus: Não existe! Pois é de-mais!
Nele, que não existe, pois É,
Caio
Deus não existe. O que existe tem começo. Deus nunca começou. Deus nunca surgiu. Nunca houve algo dentro do que Deus tenha aparecido.
Deus não existe. Se Deus existisse, Ele não seria Deus, mas apenas um ser na existência.
Se Deus existisse, Ele teria que ter aparecido dentro de algo, de alguma coisa, e, portanto, essa coisa dentro da qual Deus teria surgido, seria a Coisa-Deus de deus.
Existem apenas as coisas que antes não existiam. Existir surge da não existência. Deus, porém, nunca existiu, pois Ele é.
Sim, dizer que Deus existe no sentido de que Ele é alguém a ser afirmado como existente, é a própria negação de Deus. Pois, se alguém diz que Deus existe, por tal afirmação, afirma Deus, e, por tal razão, o nega; posto que Deus não tem que ser afirmado, mas apenas crido.
Deus É, e, portanto, não existe. Existe o Cosmos. Existem as galáxias. Existem todos os entes energéticos. Existem anjos. Existem animais e toda sorte de vida e anima vivente. Existem vegetais, peixes, e organismos de toda sorte. Existem as partículas atômicas e as subatômicas. Existe o homem. Etc. Mas Deus não existe. Posto que se Deus existisse dentro da Existência, Ele seria parte dela, e não o Seu Criador.
Um Criador que existisse em Algo, seria apenas um engenheiro Universal e um mestre de obras cósmico. Nada, além disso. Com muito poder. Porém, nada além de um Zeus Maior.
Assim, quando se diz que Deus está morto, não se diz blasfêmia quando se o diz com a consciência acima expressa por mim; pois, nesse caso, quem morreu não foi Deus, mas o “Deus existente” criado pelos homens. Tal Deus morreu como conceito. Entretanto, tal Deus nunca morreu De Fato, pois, como fato, nunca existiu — exceto na mente de seus criadores.
Assim, o exercício teológico, seja ele qual for, quando tenta estudar Deus e explicar Deus, tratando-o como existente, o nega; posto que diz que Deus existe, fazendo Dele um algo, um ente, uma criatura de nada e nem ninguém, mas que também veio a existir dentro de Algo que pré-existia a Ele, e, portanto, trata-se de Algo - Deus sobre o tal Deus que existe.
A Escritura não oferece argumentos acerca da existência de Deus. Jesus tampouco tentou qualquer coisa do gênero. Tanto Jesus quanto a Escritura apenas afirmam a fé em Deus, e tal afirmação é do homem e para o homem — não para Deus —; pois se fosse para Deus, o homem seria o Deus de Deus, posto a existência de Deus dependeria da afirmação e do reconhecimento humano. Tal Deus nem é e nem existe; exceto na mente de seus criadores.
Deus não existe. O que existe pertence ao mundo das coisas que existem OU não existem. Deus, porém, não pertence a nada, e, em relação a Ele, nada é relação.
Defender a existência de Deus é ridículo. Sim, tal defesa apenas põe Deus entre os objetos de estudo. Por isto, dizer: “Deus existe e eu provo” — é não só estupidez e burrice; mas é, sem que se o queira, parte da profissão de fé que nega Deus; pois se tal Deus existe, e alguém prova isto, aquele que apresenta a prova, faz a si mesmo alguém de quem Deus depende pra existir... e ou ser.
O que “existe”, pertence à categoria das que coisas que são porque estão. Deus, porém, não está; posto que Ele É.
Ser e estar não são a mesma coisa, como o são na língua inglesa. O que existe pertence ao que é apenas porque está. Deus, entretanto, não está porque Ele É.
“E quem direi que me enviou?” — perguntou Moisés. “Dize-lhes: Eu sou me enviou a vós outros!” — disse Ele.
Desse modo, Deus não diz “Eu Estou”, mas sim “Eu Sou”. Ora, um Deus que está, não é, mas passou a ser. Porém o Deus que É, mas não está; não pertence ao mundo das coisas verificáveis; posto que Aquele que É, não está; pois se estivesse, seria —, mas não Seria Aquele de Quem procedem todas as existências, sendo Ele apenas um ele, e não Ele; e, por tal razão, fazendo parte das coisas que existem — mas sem poder dizer Eu Sou!
Jesus também falou da sutileza do ser em relação ao estar. Quando indagado acerca da ressurreição pelos saduceus (que não criam em nada que não fosse tangível), Ele respondeu: “Não lestes o que está escrito? Eu sou o Deus de Abraão, eu sou o Deus de Isaque, eu sou o Deus de Jacó. Portanto, Ele é Deus de vivos, e não de mortos; pois para Ele todos vivem”. Assim, os que vivem para sempre são os que são em Deus, e não os que estão existindo. A vida eterna não é existir pra sempre, mas ser em Deus.
Assim, para viver eternamente eu tenho que entrar na dissolvência da existência, a fim de poder mergulhar naquilo que está pra além do que existe; posto que É.
A morte pertence à existência. A vida, porém, se vincula ao que não existe, pois, de fato É.
O que existe carrega vida, mas não é vida. A vida, paradoxalmente, não pertence ao que é existente, mas sim ao que É.
Quando falo de vida, refiro-me não às cadeias de natureza biológica que constituem a vida dentro da existência. Mas, ao contrario, ao falar em vida, refiro-me ao que é para além da existência constatável.
Portanto, Paul Tillich tem razão quando diz: “God does not exist. He is being itself beyond essence and existence. Therefore to argue that God exists is to deny him”.
Ora, usando uma gíria de hoje, eu diria: Tillich tem razão quando diz: “Deus não existe!” — pois é isto que hoje se diz quando algo está pra além da existência: “Meu Deus! Esse cara não existe!”. Assim é com Deus: Não existe! Pois é de-mais!
Nele, que não existe, pois É,
Caio
O livro e o programa: coincidência?
Quando estou em casa nas manhãs de sábados, acompanho os “programas religiosos/evangélicos” que são vinculados na Rede TV. O programa que mais me chamou a atenção hoje pela manhã foi o de Silas Malafaia que levou o senador Magno Malta; o procurador da república, Dr. Guilherme Schelb; e o presidente do Conselho de Pastores do Brasil, pastor Jabes de Alencar, para discutir a tramitação do Projeto de Lei 122/06 que esta em pauta no Congresso Nacional. Segundo os debatedores, o que esta em jogo é a liberdade de expressão, liberdade religiosa.
Coincidência é que essa semana eu terminei de ler o livro “Ortodoxia Generosa” de Brian McLaren, e ao ver o programa, no mesmo instante pensei em alguns trechos do livro que falavam sobre esses tipos de programas religiosos na TV. Segue abaixo trechos do capítulo “Por que sou encarnacional?”, páginas 272 e 273.
“Um fator determinante na ciência da difusão religiosa bem sucedida através dos meios de comunicação é o medo. Assim ouvintes/telespectadores são informados sobre enormes conspirações de esquerda para "destruir a família" ou "impedir a liberdade religiosa". A eles então é pedido que ajudem na luta contra "a agenda homossexual" ou "o humanismo secular", ou "a pós-modernidade", ou "o terrorismo" ou algum outro bicho-papão verdadeiro ou imaginário -- por meio do envio de suas contribuições dedutíveis de imposto de renda e pelas quais receberão um prêmio."
“Quantas horas de difusão religiosa nos meios de comunicação são necessários para produzir tanto medo assim?”
“Eu sei que esses comunicadores são gente boa. Sei que nada disso é intencional. É uma coisa do sistema. Mas mesmo assim, quando a fornalha ardente da religião lança faíscas de temor no coração das pessoas, um fogo perigoso pode sair de controle, e muita gente pode se machucar”
“Jesus não quis criar um grupo fechado que baniria outros para fora de seu círculo; Jesus quis criar um grupo de boas-vindas, que buscasse e recebesse a todos. Um grupo que não viesse para conquistar, nem para atormentar, nem para subjugar, nem para erradicar outros grupos, mas para salvá-los, redimi-los, respeitá-los, amá-los, ampará-los e abraçá-los. Ou em outras palavras, Jesus ameaçava as pessoas com inclusão; se elas fossem excluídas, seria porque recusaram aceitar a sua aceitação. Se as pessoas rejeitassem a sua aceitação, ele não se insurgia contra elas, mas se submeteria à humilhação, aos maltratos, até mesmo a crucificação por elas.”
Alex Fajardo
http://igrejaemergente.com.br/
Coincidência é que essa semana eu terminei de ler o livro “Ortodoxia Generosa” de Brian McLaren, e ao ver o programa, no mesmo instante pensei em alguns trechos do livro que falavam sobre esses tipos de programas religiosos na TV. Segue abaixo trechos do capítulo “Por que sou encarnacional?”, páginas 272 e 273.
“Um fator determinante na ciência da difusão religiosa bem sucedida através dos meios de comunicação é o medo. Assim ouvintes/telespectadores são informados sobre enormes conspirações de esquerda para "destruir a família" ou "impedir a liberdade religiosa". A eles então é pedido que ajudem na luta contra "a agenda homossexual" ou "o humanismo secular", ou "a pós-modernidade", ou "o terrorismo" ou algum outro bicho-papão verdadeiro ou imaginário -- por meio do envio de suas contribuições dedutíveis de imposto de renda e pelas quais receberão um prêmio."
“Quantas horas de difusão religiosa nos meios de comunicação são necessários para produzir tanto medo assim?”
“Eu sei que esses comunicadores são gente boa. Sei que nada disso é intencional. É uma coisa do sistema. Mas mesmo assim, quando a fornalha ardente da religião lança faíscas de temor no coração das pessoas, um fogo perigoso pode sair de controle, e muita gente pode se machucar”
“Jesus não quis criar um grupo fechado que baniria outros para fora de seu círculo; Jesus quis criar um grupo de boas-vindas, que buscasse e recebesse a todos. Um grupo que não viesse para conquistar, nem para atormentar, nem para subjugar, nem para erradicar outros grupos, mas para salvá-los, redimi-los, respeitá-los, amá-los, ampará-los e abraçá-los. Ou em outras palavras, Jesus ameaçava as pessoas com inclusão; se elas fossem excluídas, seria porque recusaram aceitar a sua aceitação. Se as pessoas rejeitassem a sua aceitação, ele não se insurgia contra elas, mas se submeteria à humilhação, aos maltratos, até mesmo a crucificação por elas.”
Alex Fajardo
http://igrejaemergente.com.br/
Limpo Só por Hoje
"Quem primeiro me ofereceu foi a Paula, uma grande amiga dos tempos de colégio. Eu fingi que não entendi. Ou não entendi mesmo, não lembro bem.
Dia após dia cada vez mais amigos se aproximavam de mim querendo que eu entrasse com eles nessa nova onda. Eu comecei a me ver tentado. Pelo menos a experimentar. Poxa, eu não sou um careta. Experimentei até Nova Schin.
Sucumbi. Comecei usando devagar, tateando, tentando descobrir qual era a da viagem. No começo, como toda onda, é aquela euforia: tudo muito lindo, muito divertido, um carnaval de sensações... mó astral...
Acabei fazendo vários amigos surfarem nesta mesma onda. Não que eu possa dizer que passei de usuário a fornecedor, afinal não ganhei um centavo com isso. Só o prazer de ver os amigos curtindo a mesma vibe que eu. Aos poucos fui percebendo que muitos amigos já eram viciados e eu nem sabia. Amigos que eu não via desde o colégio, que eu não sabia se tinham casado, se tinham se dado bem na vida, se estavam vivos... amigos artistas, surfistas, ex-professores, executivos, ricos, caretas, doidões, até mesmo amigos tão antiquados a ponto do maior contato com as “coisas modernas” ser a calça jeans. Amigos que eu nunca imaginei serem capazes de, como eu, ceder a esse vício maldito. Alguns amigos encaretavam pelo meio do caminho. Mas, Suderj informa, outros amigos os substituíam nesse ciclo vicioso.
Fora os “amigos” que fiz nessa viagem. Aspas inevitáveis pois muita gente que eu nunca tinha visto mais gordo se aproveitou das circunstâncias e do meu momento de fragilidade para virar amigo de infância. “Meu nome é Johnny, posso ser seu amigo?” A droga tem dessas coisas.
A viagem parecia sem volta. Ainda mais quando eu fui percebendo que gente próxima a mim também fazia parte desse quase grupo de risco. Minha mulher, minha mãe, alguns irmãos – até mesmo o irmão mais velho, hoje o mais careta, com sua fase de loucuras encerradas na fase hippie dos anos 60 e 70.
Mas...
Toda onda uma hora acaba. E é substituída por outra. Sempre tem uma dança do créu pra substituir a dança da garrafa.
Hoje eu vejo quantas horas de sono perdi. Muitas vezes era a primeira coisa que eu fazia ao chegar em casa, abrindo mão de horas em que podia estar lendo, vendo um filme, brincando com meu filho, namorando minha mulher, escrevendo posts sobre a Siri, enfim, fazendo qualquer coisa de mais útil, ao invés de ficar passeando pelo tênue limite que separa a loucura plena da overdose.
Bad trip. Minha onda já tinha virado espuma. Eu queria largar, mas não é fácil largar um vício. Que o digam os fumantes, os alcoólatras, os jogadores, os apostadores, os punheteiros. Não que aquilo me atrapalhasse, a dosagem já estava controlada, mas simplesmente não me acrescentava. E largar só dependia de mim. Sempre só depende da gente. Eu sei e já sabia.
Não busquei ajuda. Não falei com ninguém sobre meu drama. Lutei sozinho. O exército de um homem só.
E consegui.
Em um click, saí do orkut.
Tô limpo. Há três dias eu não add uma pessoa sequer. Só por hoje."
Voltando à saudosa Fortaleza, vimos o nascimento e desenvolvimento do ministério chamado Celebrando a Restauração. Com o ideal de tratar vícios e compulsões das mais diversas, desde alcoolismo e dependência química até viciados em sexo/masturbação ou comida, vimos vários milagres (mudança de vida, liberação de perdão, arrependimento, entre outros...) se manifestarem na vida de várias pessoas através dele.
Enfim, a quantidade de pessoas viciadas no mundo virtual e/ou em tecnologia me levou a postar esse texto. Visto que quase todo mundo hoje em dia usa internet ou computadores (bem ou mal, mas usa), temos observado um número razoável de pessoas que preferem enfrentar a pseudo-realidade do mundo virtual do que encarar seus próprios demônios na vida real.
Agradecimentos ao Bruno Mazzeo, que nos presenteou com esse brilhante texto.
Dia após dia cada vez mais amigos se aproximavam de mim querendo que eu entrasse com eles nessa nova onda. Eu comecei a me ver tentado. Pelo menos a experimentar. Poxa, eu não sou um careta. Experimentei até Nova Schin.
Sucumbi. Comecei usando devagar, tateando, tentando descobrir qual era a da viagem. No começo, como toda onda, é aquela euforia: tudo muito lindo, muito divertido, um carnaval de sensações... mó astral...
Acabei fazendo vários amigos surfarem nesta mesma onda. Não que eu possa dizer que passei de usuário a fornecedor, afinal não ganhei um centavo com isso. Só o prazer de ver os amigos curtindo a mesma vibe que eu. Aos poucos fui percebendo que muitos amigos já eram viciados e eu nem sabia. Amigos que eu não via desde o colégio, que eu não sabia se tinham casado, se tinham se dado bem na vida, se estavam vivos... amigos artistas, surfistas, ex-professores, executivos, ricos, caretas, doidões, até mesmo amigos tão antiquados a ponto do maior contato com as “coisas modernas” ser a calça jeans. Amigos que eu nunca imaginei serem capazes de, como eu, ceder a esse vício maldito. Alguns amigos encaretavam pelo meio do caminho. Mas, Suderj informa, outros amigos os substituíam nesse ciclo vicioso.
Fora os “amigos” que fiz nessa viagem. Aspas inevitáveis pois muita gente que eu nunca tinha visto mais gordo se aproveitou das circunstâncias e do meu momento de fragilidade para virar amigo de infância. “Meu nome é Johnny, posso ser seu amigo?” A droga tem dessas coisas.
A viagem parecia sem volta. Ainda mais quando eu fui percebendo que gente próxima a mim também fazia parte desse quase grupo de risco. Minha mulher, minha mãe, alguns irmãos – até mesmo o irmão mais velho, hoje o mais careta, com sua fase de loucuras encerradas na fase hippie dos anos 60 e 70.
Mas...
Toda onda uma hora acaba. E é substituída por outra. Sempre tem uma dança do créu pra substituir a dança da garrafa.
Hoje eu vejo quantas horas de sono perdi. Muitas vezes era a primeira coisa que eu fazia ao chegar em casa, abrindo mão de horas em que podia estar lendo, vendo um filme, brincando com meu filho, namorando minha mulher, escrevendo posts sobre a Siri, enfim, fazendo qualquer coisa de mais útil, ao invés de ficar passeando pelo tênue limite que separa a loucura plena da overdose.
Bad trip. Minha onda já tinha virado espuma. Eu queria largar, mas não é fácil largar um vício. Que o digam os fumantes, os alcoólatras, os jogadores, os apostadores, os punheteiros. Não que aquilo me atrapalhasse, a dosagem já estava controlada, mas simplesmente não me acrescentava. E largar só dependia de mim. Sempre só depende da gente. Eu sei e já sabia.
Não busquei ajuda. Não falei com ninguém sobre meu drama. Lutei sozinho. O exército de um homem só.
E consegui.
Em um click, saí do orkut.
Tô limpo. Há três dias eu não add uma pessoa sequer. Só por hoje."
Voltando à saudosa Fortaleza, vimos o nascimento e desenvolvimento do ministério chamado Celebrando a Restauração. Com o ideal de tratar vícios e compulsões das mais diversas, desde alcoolismo e dependência química até viciados em sexo/masturbação ou comida, vimos vários milagres (mudança de vida, liberação de perdão, arrependimento, entre outros...) se manifestarem na vida de várias pessoas através dele.
Enfim, a quantidade de pessoas viciadas no mundo virtual e/ou em tecnologia me levou a postar esse texto. Visto que quase todo mundo hoje em dia usa internet ou computadores (bem ou mal, mas usa), temos observado um número razoável de pessoas que preferem enfrentar a pseudo-realidade do mundo virtual do que encarar seus próprios demônios na vida real.
Agradecimentos ao Bruno Mazzeo, que nos presenteou com esse brilhante texto.
quarta-feira, 18 de junho de 2008
Meu Herói
Sempre fui um fã-nático por música. Adoro música, especialmente rock, jazz e blues; estilos que, assim como todos os outros, não são férteis no meio musical cristão. No Brasil, então, nem se fala: os músicos preferem continuar se repetindo e fazendo músicas de existência totalmente desnecessária, com letras que praticamente nunca lembram poesia. Mas vende, e se vende é "de Deus".
Como nunca dei nenhuma bola pra essa divisão entre o "sacro" e o "profano", e acho isso pura bobagem, jogada de marketing e separatismo infantil da "igreja", enquanto instituição, para com as manifestações artísticas de nossa época, trago mais um vídeo ótimo pro blog: My Hero.
Para quem não conhece, a banda é o Foo Fighters. Encabeçada pelo antigo baterista (atualmente ele canta e toca guitarra) da banda Nirvana, ultra-mega-hiper-ultra popular nos anos 90, é um grupo de caras não "crentes", mas que fazem um som muito bom. Esse vídeo aí pra mim é muito especial, pois foi usado em um evento para jovens da igreja de onde venho (sim, uma banda "secular" !), uns anos atrás (creio que em 2004). O vídeo mostra cenas do filme Passion (Paixão), de Mel Gibson, e as letras casam perfeitamente com ele, apesar de não ter sido composta para tal relação. (nota: o vídeo usado não foi especificamente esse!)
Recentemente, no Pensária, encontrei uma interessante declaração do vocalista do grupo (formado por cristãos) americano Switchfoot:
“Existe uma cisma entre o sagrado e o secular em nossas mentes modernas. A visão de que um pastor é mais ‘Cristão’ que um treinador de volei feminino é falsa e herética. A premissa que um lider de louvor é mais espiritual que um faxineiro é esnobe e falsa.(…) Algumas dessas [das nossas] canções são sobre redenção, outras sobre o pôr-do-sol, outras sobre nada em particular: escritas pelo simples prazer da música. Nenhuma dessas canções nasceu de novo, então por isso não existem músicas Cristãs. (…) julgando pelas Escrituras eu só posso concluir que nosso Deus está muito mais interessado em como eu trato os pobres e os oprimidos e os famintos que os pronomes pessoais que eu uso quando canto. (…) Eu tenho uma obrigação, entretanto, um débito que não pode ser pago pelas minhas decisões literárias. (…) Veja bem, uma canção que tenha as palavras: “Jesus Cristo” não é mais ou menos ‘Cristã’ que uma peça instrumental.” (colchetes pelo autor do blog- leia mais clicando aqui)
E você ? Pensa o quê a respeito disso ?
Como nunca dei nenhuma bola pra essa divisão entre o "sacro" e o "profano", e acho isso pura bobagem, jogada de marketing e separatismo infantil da "igreja", enquanto instituição, para com as manifestações artísticas de nossa época, trago mais um vídeo ótimo pro blog: My Hero.
Para quem não conhece, a banda é o Foo Fighters. Encabeçada pelo antigo baterista (atualmente ele canta e toca guitarra) da banda Nirvana, ultra-mega-hiper-ultra popular nos anos 90, é um grupo de caras não "crentes", mas que fazem um som muito bom. Esse vídeo aí pra mim é muito especial, pois foi usado em um evento para jovens da igreja de onde venho (sim, uma banda "secular" !), uns anos atrás (creio que em 2004). O vídeo mostra cenas do filme Passion (Paixão), de Mel Gibson, e as letras casam perfeitamente com ele, apesar de não ter sido composta para tal relação. (nota: o vídeo usado não foi especificamente esse!)
Recentemente, no Pensária, encontrei uma interessante declaração do vocalista do grupo (formado por cristãos) americano Switchfoot:
“Existe uma cisma entre o sagrado e o secular em nossas mentes modernas. A visão de que um pastor é mais ‘Cristão’ que um treinador de volei feminino é falsa e herética. A premissa que um lider de louvor é mais espiritual que um faxineiro é esnobe e falsa.(…) Algumas dessas [das nossas] canções são sobre redenção, outras sobre o pôr-do-sol, outras sobre nada em particular: escritas pelo simples prazer da música. Nenhuma dessas canções nasceu de novo, então por isso não existem músicas Cristãs. (…) julgando pelas Escrituras eu só posso concluir que nosso Deus está muito mais interessado em como eu trato os pobres e os oprimidos e os famintos que os pronomes pessoais que eu uso quando canto. (…) Eu tenho uma obrigação, entretanto, um débito que não pode ser pago pelas minhas decisões literárias. (…) Veja bem, uma canção que tenha as palavras: “Jesus Cristo” não é mais ou menos ‘Cristã’ que uma peça instrumental.” (colchetes pelo autor do blog- leia mais clicando aqui)
E você ? Pensa o quê a respeito disso ?
terça-feira, 17 de junho de 2008
A Música Lógica
Supertramp foi uma banda que fez significativo sucesso nos anos 70 como rock progressivo e nos anos 80 também, com alguns "hits" de rádio. Coloco aqui a maravilhosa "The Logical Song", que marcou minha infância (tocava muuuuuuuuuuuuuito nas rádios), com traduçao da letra (que por sinal é muito boa). Tá certo, esse clip aí já é meio batido, muita gente já viu, mas o que é bom deve se recordar sempre. Curtam a música, curtam a letra.
domingo, 15 de junho de 2008
o que muita gente deveria fazer
"Quando falares, cuida para que tuas palavras sejam melhores que o silêncio."
- Provérbio indiano.
Direto do Esquina da Fé.
- Provérbio indiano.
Direto do Esquina da Fé.
sábado, 14 de junho de 2008
Perguntas Retóricas III
1. Se Jesus nos ensinou a tratar a Deus como Senhor, por que tantos o tratam como se fosse o Papai Noel, o gênio da lâmpada ou até mesmo um empregado?
2. Palavras como "decretar", "declarar" ou "determinar" devem ser ditas por Deus ou por criaturas finitas como nós?
3. Se João, na sua primeira carta, é bem claro que Deus só atende o que é pedido segundo sua vontade (I Jo 5:14), por que tanta presunção de alguns em dizer que é errado pedir a Deus que faça algo só se for da Sua vontade? Aliás, por que esses mesmos nunca equilibram Marcos 11:24 com I Jo 5:14 e acabam usando o versículo de Marcos para tratar Deus como se fosse um "gênio da lâmpada"?
4. Por que, nos púlpitos de hoje, se fala muito mais sobre vitória e sucesso do que sobre arrependimento?
5. Por que o bom samaritano não deu um folheto evangelístico nem "determinou a cura" do homem caído, mas preferiu fazer o óbvio, que era cuidar da necessidade dele? Por que Jesus, ainda por cima, nos mandou “fazer o mesmo”?
6. Por que a mulher que sofria de hemorragia e tocou em Jesus não disse, em tom de autoridade, "Senhor, eu não aceito essa doença!", mas, pelo contrário, prostrou-se tremendo diante de Jesus (Lc 8:47)?
7. Por que os líderes que pregam sobre prosperidade são tão ricos, enquanto as suas ovelhas continuam, em sua grande maioria, pobres? Será que essa prosperidade só funciona para os líderes?
8. Se todos os crentes do sertão nordestino derem o dízimo fielmente, será que Deus "abrirá as janelas dos céus" e acabará com a seca de lá, ou será que aquela promessa foi feita no contexto da Aliança com Israel apenas?
9. Se a palavra "unção" aparece apenas duas vezes no Novo Testamento e a palavra "graça" aparece 138 vezes, por que será que nas pregações que se ouve na maioria dos púlpitos, TVs e rádios evangélicas essa proporção é invertida?
10. Por que tantos evangélicos idolatram alguns líderes, colocando-os muitas vezes como verdadeiros mediadores entre eles e Deus, e ainda criticam os católicos por fazerem a mesma coisa com santos mortos?
11. Se todas as pessoas no planeta tivessem o mesmo estilo de vida excessivamente luxuoso de alguns pregadores, será que o meio ambiente suportaria?
12. Será que Paulo, que passou necessidade e até fome (Fp 4:12), seria considerado pelos pregadores de hoje como alguém que tinha uma "vida abundante"?
13. Por que aqueles que citam Mc 10:29-30 e Lc 6:38 como promessas de prosperidade material não agem com coerência então, vendendo todos os seus bens e dando aos pobres para receberem de volta? Não seria mais fácil colocar essas passagens dentro do contexto correto e admitir que elas nunca foram promessas de prosperidade material?
14. Por que, mesmo o Novo Testamento sendo tão claro sobre Deus não habitar mais em templos feitos por mãos humanas, tantos crentes insistem em chamar o edifício onde congregam de "templo", ou, o que é pior, "casa do Senhor"?
15. Por que tantos evangélicos citam (fora de contexto, claro) que não se deve "tocar nos ungidos", como se esses fossem acima da crítica e infalíveis, e ainda por cima criticam os católicos por crerem na infalibilidade do papa? Aliás, onde está escrito no NT que ungidos são apenas os líderes, se I João 2 diz que somos todos ungidos?
16. Por que o conselho de Irineu de Lyon, que viveu menos de um século depois de ser escrito o Apocalipse, quanto a ser "mais seguro e menos perigoso esperar o cumprimento dessa profecia do que se entregar a elucubrações e conjecturas acerca de nomes", tem sido tão negligenciado por aqueles que ficam esmiuçando supostos sinais da vinda de Jesus?
17. Por que tanta gente gosta de interpretar tragédias como juízo de Deus e negligencia o mandamento de chorar com quem chora?
18. Por que tanta gente canta "se diante de mim não se abrir o mar, Deus vai me fazer andar por sobre as águas", se o mar só se abriu uma única vez e Pedro só andou sobre as águas também uma vez, e teve que se molhar todas as outras vezes? Aliás, não é presunção demais dizer o que Deus vai ou não vai fazer?
19. Será que essas pessoas que cantam “hoje o meu milagre vai chegar” nunca leram Tiago 4:13-15?
20. Por que tanta gente insiste em dizer que não podemos ficar doentes porque Cristo já levou nossas dores, se nós ainda morremos? Afinal, essas dores que Ele levou sobre Si não inclui a morte também? Não seria mais prudente e mais bíblico admitir que os benefícios de Isaías 53:4 só serão usufruídos plenamente na Nova Jerusalém, na eternidade?
21. Por que essas mesmas pessoas que dizem que os cristãos não podem ficar doentes e que podem curar tudo nunca curaram uma vítima de amputação?
22. Por que tanta gente age como se Deus não tivesse controle sobre tudo e estivesse constantemente sob ameaça do diabo, se a Bíblia diz que Deus usa até o mal para cumprir seus propósitos (Isaías 45:7 e I Reis 22:22-23)?
23. Por que nós somos tão brasileiros na hora de ver um jogo da Seleção mas nos esquecemos completamente disso durante os cultos? Será que, quando a Bíblia se refere a "toda tribo, língua, povo e nação", o Brasil não estaria incluído?
24. Por que o samba e a bossa-nova são tão demonizados por sua associação com a vida boêmia, se Paulo disse que, para os puros, todas as coisas são puras, e que nada é errado em si mesmo exceto para aquele que assim o considera? Por que, por outro lado, tanta gente usa essas verdades bíblicas como pretexto para confundir “culto” com “festa”?
25. Por que tantos crentes confundem "querer agradar o mundo" com "não consumir produtos com a grife gospel" (incluindo aí músicas de qualidade questionável)? Aliás, será que essa idéia de ser pecaminoso ouvir músicas sem o rótulo "gospel" não seria uma jogada de marketing das gravadoras para manter cativo o seu mercado, por meio de intimidação? E ainda, desde quando “Gospel”, que significa “Evangelho”, virou grife?
26. Por que será que as únicas faltas consideradas suficientemente sérias para um líder perder sua credibilidade são os pecados de natureza sexual?
27. Por que muitas igrejas tratam melhor os ricos e influentes, colocando-os nos melhores cargos e dando-lhes poder de decisão, mesmo sendo neófitos, se Deus escolheu os que são pobres segundo o mundo para serem ricos em fé e herdarem o Reino (Tg 2:5)?
28. Por que muitos gostam de dizer que Deus está levantando uma geração disso e daquilo, que está restaurando isso e aquilo, e desconhecem completamente a História, esquecendo-se do que fizeram as gerações passadas? Por que será que essas pessoas nunca dizem que Deus está levantando uma geração de mártires?
29. Se não há mais qualquer condenação para quem está em Cristo Jesus, por que tantos líderes intimidam suas igrejas ameaçando-os com toda sorte de terror, inclusive a perda da salvação, se alguém ousar questioná-los ou não pagar suas obrigações financeiras?
30. Por que tanta gente que gosta de ver pecado em tudo condena a "aparência do mal", baseando-se em uma tradução errada de I Ts 5:22, se Jesus nunca evitou esse tipo de coisa, mas, pelo contrário, andava com o pior tipo de gente da sua época e ainda foi chamado de “comilão” e “beberrão”? Por que não admitir que o versículo em questão se refere apenas ao exame das profecias, e que o termo se traduz melhor, naquele contexto, como “espécie” e não “aparência”?
31. Será que o fato de tanta gente abusar de supostos dons espirituais, principalmente línguas e curas, significa que não possa haver manifestações legítimas desses dons?
32. Se os "líderes de louvor" gostam tanto de dizer que há liberdade onde está o Espírito do Senhor, por que muitos deles quase sempre tiram a liberdade das pessoas, que são constrangidas a imitar seus gestos (levantar as mãos, repetir algo pra quem tá do lado, fechar os olhos, bater palmas etc.)?
33. Por que ainda não inventaram a "escova de dentes profética", o "garfo profético", o "lápis profético", a “faxina profética” e o "corte e costura profético", para combinar com a "dança profética" e outras coisas "proféticas", já que tudo que fazemos deve ser para a glória de Deus? Em que a dança é melhor que essas outras coisas?
Finalizando, com lembranças do pavablog.
2. Palavras como "decretar", "declarar" ou "determinar" devem ser ditas por Deus ou por criaturas finitas como nós?
3. Se João, na sua primeira carta, é bem claro que Deus só atende o que é pedido segundo sua vontade (I Jo 5:14), por que tanta presunção de alguns em dizer que é errado pedir a Deus que faça algo só se for da Sua vontade? Aliás, por que esses mesmos nunca equilibram Marcos 11:24 com I Jo 5:14 e acabam usando o versículo de Marcos para tratar Deus como se fosse um "gênio da lâmpada"?
4. Por que, nos púlpitos de hoje, se fala muito mais sobre vitória e sucesso do que sobre arrependimento?
5. Por que o bom samaritano não deu um folheto evangelístico nem "determinou a cura" do homem caído, mas preferiu fazer o óbvio, que era cuidar da necessidade dele? Por que Jesus, ainda por cima, nos mandou “fazer o mesmo”?
6. Por que a mulher que sofria de hemorragia e tocou em Jesus não disse, em tom de autoridade, "Senhor, eu não aceito essa doença!", mas, pelo contrário, prostrou-se tremendo diante de Jesus (Lc 8:47)?
7. Por que os líderes que pregam sobre prosperidade são tão ricos, enquanto as suas ovelhas continuam, em sua grande maioria, pobres? Será que essa prosperidade só funciona para os líderes?
8. Se todos os crentes do sertão nordestino derem o dízimo fielmente, será que Deus "abrirá as janelas dos céus" e acabará com a seca de lá, ou será que aquela promessa foi feita no contexto da Aliança com Israel apenas?
9. Se a palavra "unção" aparece apenas duas vezes no Novo Testamento e a palavra "graça" aparece 138 vezes, por que será que nas pregações que se ouve na maioria dos púlpitos, TVs e rádios evangélicas essa proporção é invertida?
10. Por que tantos evangélicos idolatram alguns líderes, colocando-os muitas vezes como verdadeiros mediadores entre eles e Deus, e ainda criticam os católicos por fazerem a mesma coisa com santos mortos?
11. Se todas as pessoas no planeta tivessem o mesmo estilo de vida excessivamente luxuoso de alguns pregadores, será que o meio ambiente suportaria?
12. Será que Paulo, que passou necessidade e até fome (Fp 4:12), seria considerado pelos pregadores de hoje como alguém que tinha uma "vida abundante"?
13. Por que aqueles que citam Mc 10:29-30 e Lc 6:38 como promessas de prosperidade material não agem com coerência então, vendendo todos os seus bens e dando aos pobres para receberem de volta? Não seria mais fácil colocar essas passagens dentro do contexto correto e admitir que elas nunca foram promessas de prosperidade material?
14. Por que, mesmo o Novo Testamento sendo tão claro sobre Deus não habitar mais em templos feitos por mãos humanas, tantos crentes insistem em chamar o edifício onde congregam de "templo", ou, o que é pior, "casa do Senhor"?
15. Por que tantos evangélicos citam (fora de contexto, claro) que não se deve "tocar nos ungidos", como se esses fossem acima da crítica e infalíveis, e ainda por cima criticam os católicos por crerem na infalibilidade do papa? Aliás, onde está escrito no NT que ungidos são apenas os líderes, se I João 2 diz que somos todos ungidos?
16. Por que o conselho de Irineu de Lyon, que viveu menos de um século depois de ser escrito o Apocalipse, quanto a ser "mais seguro e menos perigoso esperar o cumprimento dessa profecia do que se entregar a elucubrações e conjecturas acerca de nomes", tem sido tão negligenciado por aqueles que ficam esmiuçando supostos sinais da vinda de Jesus?
17. Por que tanta gente gosta de interpretar tragédias como juízo de Deus e negligencia o mandamento de chorar com quem chora?
18. Por que tanta gente canta "se diante de mim não se abrir o mar, Deus vai me fazer andar por sobre as águas", se o mar só se abriu uma única vez e Pedro só andou sobre as águas também uma vez, e teve que se molhar todas as outras vezes? Aliás, não é presunção demais dizer o que Deus vai ou não vai fazer?
19. Será que essas pessoas que cantam “hoje o meu milagre vai chegar” nunca leram Tiago 4:13-15?
20. Por que tanta gente insiste em dizer que não podemos ficar doentes porque Cristo já levou nossas dores, se nós ainda morremos? Afinal, essas dores que Ele levou sobre Si não inclui a morte também? Não seria mais prudente e mais bíblico admitir que os benefícios de Isaías 53:4 só serão usufruídos plenamente na Nova Jerusalém, na eternidade?
21. Por que essas mesmas pessoas que dizem que os cristãos não podem ficar doentes e que podem curar tudo nunca curaram uma vítima de amputação?
22. Por que tanta gente age como se Deus não tivesse controle sobre tudo e estivesse constantemente sob ameaça do diabo, se a Bíblia diz que Deus usa até o mal para cumprir seus propósitos (Isaías 45:7 e I Reis 22:22-23)?
23. Por que nós somos tão brasileiros na hora de ver um jogo da Seleção mas nos esquecemos completamente disso durante os cultos? Será que, quando a Bíblia se refere a "toda tribo, língua, povo e nação", o Brasil não estaria incluído?
24. Por que o samba e a bossa-nova são tão demonizados por sua associação com a vida boêmia, se Paulo disse que, para os puros, todas as coisas são puras, e que nada é errado em si mesmo exceto para aquele que assim o considera? Por que, por outro lado, tanta gente usa essas verdades bíblicas como pretexto para confundir “culto” com “festa”?
25. Por que tantos crentes confundem "querer agradar o mundo" com "não consumir produtos com a grife gospel" (incluindo aí músicas de qualidade questionável)? Aliás, será que essa idéia de ser pecaminoso ouvir músicas sem o rótulo "gospel" não seria uma jogada de marketing das gravadoras para manter cativo o seu mercado, por meio de intimidação? E ainda, desde quando “Gospel”, que significa “Evangelho”, virou grife?
26. Por que será que as únicas faltas consideradas suficientemente sérias para um líder perder sua credibilidade são os pecados de natureza sexual?
27. Por que muitas igrejas tratam melhor os ricos e influentes, colocando-os nos melhores cargos e dando-lhes poder de decisão, mesmo sendo neófitos, se Deus escolheu os que são pobres segundo o mundo para serem ricos em fé e herdarem o Reino (Tg 2:5)?
28. Por que muitos gostam de dizer que Deus está levantando uma geração disso e daquilo, que está restaurando isso e aquilo, e desconhecem completamente a História, esquecendo-se do que fizeram as gerações passadas? Por que será que essas pessoas nunca dizem que Deus está levantando uma geração de mártires?
29. Se não há mais qualquer condenação para quem está em Cristo Jesus, por que tantos líderes intimidam suas igrejas ameaçando-os com toda sorte de terror, inclusive a perda da salvação, se alguém ousar questioná-los ou não pagar suas obrigações financeiras?
30. Por que tanta gente que gosta de ver pecado em tudo condena a "aparência do mal", baseando-se em uma tradução errada de I Ts 5:22, se Jesus nunca evitou esse tipo de coisa, mas, pelo contrário, andava com o pior tipo de gente da sua época e ainda foi chamado de “comilão” e “beberrão”? Por que não admitir que o versículo em questão se refere apenas ao exame das profecias, e que o termo se traduz melhor, naquele contexto, como “espécie” e não “aparência”?
31. Será que o fato de tanta gente abusar de supostos dons espirituais, principalmente línguas e curas, significa que não possa haver manifestações legítimas desses dons?
32. Se os "líderes de louvor" gostam tanto de dizer que há liberdade onde está o Espírito do Senhor, por que muitos deles quase sempre tiram a liberdade das pessoas, que são constrangidas a imitar seus gestos (levantar as mãos, repetir algo pra quem tá do lado, fechar os olhos, bater palmas etc.)?
33. Por que ainda não inventaram a "escova de dentes profética", o "garfo profético", o "lápis profético", a “faxina profética” e o "corte e costura profético", para combinar com a "dança profética" e outras coisas "proféticas", já que tudo que fazemos deve ser para a glória de Deus? Em que a dança é melhor que essas outras coisas?
Finalizando, com lembranças do pavablog.
quarta-feira, 11 de junho de 2008
Pense Rápido
Pense rápido e responda...
O que é pior: A qualidade do impresso ? Os erros de português ? Ou o teor ?
Já pensou se todos os habitantes de Nova Santa Rita (cidade de onde veio esse impresso), aqui no Rio Grande do Sul, dependessem disso pra se converter ? Xiiiiiiiiiiii...
Direto do blog do "companheiro de luta" Levi Nauter.
PS: Será que "companheiro de luta" vai soar mal ? Bem, pelo menos será menos mal que o folheto !
terça-feira, 10 de junho de 2008
Perguntas Retóricas II
O tempo passa, e as perguntas continuam... afinal, perguntar não ofende ! Continuação by Pavablog.
1. Se Jesus nos ensinou a tratar a Deus como Senhor, por que tantos o tratam como se fosse o Papai Noel, o gênio da lâmpada ou até mesmo um empregado?
2. Palavras como "decretar", "declarar" ou "determinar" devem ser ditas por Deus ou por criaturas finitas como nós?
3. Se João, na sua primeira carta, é bem claro que Deus só atende o que é pedido segundo sua vontade (I Jo 5:14), por que tanta presunção de alguns em dizer que é errado pedir a Deus que faça algo só se for da Sua vontade? Aliás, por que esses mesmos nunca equilibram Marcos 11:24 com I Jo 5:14 e acabam usando o versículo de Marcos para tratar Deus como se fosse um "gênio da lâmpada"?
4. Por que, nos púlpitos de hoje, se fala muito mais sobre vitória e sucesso do que sobre arrependimento?
5. Por que o bom samaritano não deu um folheto evangelístico nem "determinou a cura" do homem caído, mas preferiu fazer o óbvio, que era cuidar da necessidade dele? Por que Jesus, ainda por cima, nos mandou “fazer o mesmo”?
6. Por que a mulher que sofria de hemorragia e tocou em Jesus não disse, em tom de autoridade, "Senhor, eu não aceito essa doença!", mas, pelo contrário, prostrou-se tremendo diante de Jesus (Lc 8:47)?
7. Por que os líderes que pregam sobre prosperidade são tão ricos, enquanto as suas ovelhas continuam, em sua grande maioria, pobres? Será que essa prosperidade só funciona para os líderes?
8. Se todos os crentes do sertão nordestino derem o dízimo fielmente, será que Deus "abrirá as janelas dos céus" e acabará com a seca de lá, ou será que aquela promessa foi feita no contexto da Aliança com Israel apenas?
9. Se a palavra "unção" aparece apenas duas vezes no Novo Testamento e a palavra "graça" aparece 138 vezes, por que será que nas pregações que se ouve na maioria dos púlpitos, TVs e rádios evangélicas essa proporção é invertida?
10. Por que tantos evangélicos idolatram alguns líderes, colocando-os muitas vezes como verdadeiros mediadores entre eles e Deus, e ainda criticam os católicos por fazerem a mesma coisa com santos mortos?
11. Se todas as pessoas no planeta tivessem o mesmo estilo de vida excessivamente luxuoso de alguns pregadores, será que o meio ambiente suportaria?
12. Será que Paulo, que passou necessidade e até fome (Fp 4:12), seria considerado pelos pregadores de hoje como alguém que tinha uma "vida abundante"?
13. Por que aqueles que citam Mc 10:29-30 e Lc 6:38 como promessas de prosperidade material não agem com coerência então, vendendo todos os seus bens e dando aos pobres para receberem de volta? Não seria mais fácil colocar essas passagens dentro do contexto correto e admitir que elas nunca foram promessas de prosperidade material?
14. Por que, mesmo o Novo Testamento sendo tão claro sobre Deus não habitar mais em templos feitos por mãos humanas, tantos crentes insistem em chamar o edifício onde congregam de "templo", ou, o que é pior, "casa do Senhor"?
15. Por que tantos evangélicos citam (fora de contexto, claro) que não se deve "tocar nos ungidos", como se esses fossem acima da crítica e infalíveis, e ainda por cima criticam os católicos por crerem na infalibilidade do papa? Aliás, onde está escrito no NT que ungidos são apenas os líderes, se I João 2 diz que somos todos ungidos?
Ainda continua !
1. Se Jesus nos ensinou a tratar a Deus como Senhor, por que tantos o tratam como se fosse o Papai Noel, o gênio da lâmpada ou até mesmo um empregado?
2. Palavras como "decretar", "declarar" ou "determinar" devem ser ditas por Deus ou por criaturas finitas como nós?
3. Se João, na sua primeira carta, é bem claro que Deus só atende o que é pedido segundo sua vontade (I Jo 5:14), por que tanta presunção de alguns em dizer que é errado pedir a Deus que faça algo só se for da Sua vontade? Aliás, por que esses mesmos nunca equilibram Marcos 11:24 com I Jo 5:14 e acabam usando o versículo de Marcos para tratar Deus como se fosse um "gênio da lâmpada"?
4. Por que, nos púlpitos de hoje, se fala muito mais sobre vitória e sucesso do que sobre arrependimento?
5. Por que o bom samaritano não deu um folheto evangelístico nem "determinou a cura" do homem caído, mas preferiu fazer o óbvio, que era cuidar da necessidade dele? Por que Jesus, ainda por cima, nos mandou “fazer o mesmo”?
6. Por que a mulher que sofria de hemorragia e tocou em Jesus não disse, em tom de autoridade, "Senhor, eu não aceito essa doença!", mas, pelo contrário, prostrou-se tremendo diante de Jesus (Lc 8:47)?
7. Por que os líderes que pregam sobre prosperidade são tão ricos, enquanto as suas ovelhas continuam, em sua grande maioria, pobres? Será que essa prosperidade só funciona para os líderes?
8. Se todos os crentes do sertão nordestino derem o dízimo fielmente, será que Deus "abrirá as janelas dos céus" e acabará com a seca de lá, ou será que aquela promessa foi feita no contexto da Aliança com Israel apenas?
9. Se a palavra "unção" aparece apenas duas vezes no Novo Testamento e a palavra "graça" aparece 138 vezes, por que será que nas pregações que se ouve na maioria dos púlpitos, TVs e rádios evangélicas essa proporção é invertida?
10. Por que tantos evangélicos idolatram alguns líderes, colocando-os muitas vezes como verdadeiros mediadores entre eles e Deus, e ainda criticam os católicos por fazerem a mesma coisa com santos mortos?
11. Se todas as pessoas no planeta tivessem o mesmo estilo de vida excessivamente luxuoso de alguns pregadores, será que o meio ambiente suportaria?
12. Será que Paulo, que passou necessidade e até fome (Fp 4:12), seria considerado pelos pregadores de hoje como alguém que tinha uma "vida abundante"?
13. Por que aqueles que citam Mc 10:29-30 e Lc 6:38 como promessas de prosperidade material não agem com coerência então, vendendo todos os seus bens e dando aos pobres para receberem de volta? Não seria mais fácil colocar essas passagens dentro do contexto correto e admitir que elas nunca foram promessas de prosperidade material?
14. Por que, mesmo o Novo Testamento sendo tão claro sobre Deus não habitar mais em templos feitos por mãos humanas, tantos crentes insistem em chamar o edifício onde congregam de "templo", ou, o que é pior, "casa do Senhor"?
15. Por que tantos evangélicos citam (fora de contexto, claro) que não se deve "tocar nos ungidos", como se esses fossem acima da crítica e infalíveis, e ainda por cima criticam os católicos por crerem na infalibilidade do papa? Aliás, onde está escrito no NT que ungidos são apenas os líderes, se I João 2 diz que somos todos ungidos?
Ainda continua !
sábado, 7 de junho de 2008
Perguntas Retóricas
Texto de Renato Fontes, publicado inicialmente no Crer e Pensar. Vamos direto ao assunto:
1. Por que palavras como "paixão", "fogo", "glória", "poder" e "unção" vendem muito mais CDs do que "graça", "misericórdia" e "perdão"?
2. Por que aqueles que mais falam sobre "prosperidade" evitam sistematicamente textos como Tiago 2:5, I Timóteo 6:8 e Habacuque 3:17-18?
3. Por que se fala tanto em dízimo, defendendo-o com unhas e dentes, mas quase nada se fala sobre ter tudo em comum e outras coisas como "ajudar os domésticos na fé" e "não amar somente de palavra e de língua mas de fato e de verdade"? Em qual proporção a Bíblia fala de uma coisa e de outra?
4. Por que em Atos 4, quando os apóstolos foram presos, a igreja orou de forma tão diferente do que se ora hoje? Por que não aproveitaram a ocasião pra "amarrar o espírito de perseguição", pra "repreender a potestade de Roma", ou coisa semelhante?
5. Por que Atos 2:4 é muito mais citado como modelo do que era a igreja primitiva do que Atos 2:42?
6. Por que todo mundo sabe João 3:16 de cor, mas tão pouca gente sabe I João 3:16?
7. Por que 90% ou mais dos cânticos congregacionais modernos são na primeira pessoa do singular, quando a proporção nos salmos é muito menor?
8. Por que todo mundo aceita que Jesus curou e colheu espigas no sábado, aceita também que Deus ordenou que seu povo matasse vários povos rivais, mas se escandaliza absurdamente quando alguém diz que Raabe fez certo ao mentir para preservar duas vidas? O que vale mais, em situação de conflito, que um soldado pagão saiba a verdade ou a vida de dois homens? Será que se Raabe tivesse dito a verdade, teria sido elogiada em Hebreus 11?
9. Por que quase tudo que se vende numa livraria cristã foi produzido nos últimos 50 anos, se nosso legado é de 2.000 anos de História do Cristianismo? O que aconteceu com os outros 19 séculos e meio?
10. Por que tanta gente que acredita que a salvação é pela graça, ou seja, não é obtida sendo "bonzinho", paradoxalmente acredita que ela pode ser perdida sendo mau? Pode algo ganho sem mérito ser perdido por demérito?
11. Por que a Igreja é muito mais rigorosa com pecados sexuais como o homossexualismo do que com a gula ou a ganância? Aliás, por que em tantas igrejas a ganância nem é vista como pecado, mas como virtude, disfarçada com o nome de "prosperidade"?
12. Por que tantos evangélicos chamam seus líderes de "apóstolos", mas criticam os católicos por seguirem um líder chamado "papa"?
13. Por que, mesmo o Cristianismo crendo que o homem foi nomeado por Deus como o responsável pela criação, e que tudo que Deus criou é bom, são os esotéricos os que mais lutam pela defesa do meio-ambiente?
14. Por que, na maioria dos grupos de louvor no Brasil, não há espaço pra quem toca instrumentos brasileiros como o cavaquinho e o berimbau?
15. Por que todos os ritmos de origem na raça negra até hoje são considerados por alguns como diabólicos?
16. Por que alguém como Lair Ribeiro faria mais sucesso como pregador hoje do que, digamos, Francisco de Assis?
17. Por que se canta tanto sobre coisas tão etéreas como "rios de unção" e "chuvas de avivamento", ao passo que Jesus usava sempre figuras do cotidiano para ensinar, como sementes, pássaros e lírios?
18. Por que se amarra, todos os anos, tudo quanto é "espírito ruim" das cidades, fazendo marcha e tudo, mas as cidades continuam do mesmo jeito? Aliás, se os "espíritos ruins" já foram "amarrados" uma vez, por que todo ano eles precisam ser "amarrados" de novo?
19. Por que uma doutrina como o pré-tribulacionismo, que apregoa que Jesus vai tirar a igreja da reta de qualquer sofrimento ou perseguição, não faz sucesso algum na China, no Irã ou na Indonésia? Aliás, por que ela fazia tanto sucesso na China pré-comunista, e depois declinou por lá?
20. Por que se canta todos os dias "Hoje o meu milagre vai chegar"? Afinal, ele não chega nunca? Que dia está sendo chamado de "hoje"?
21. Por que Jó não cantou "restitui, eu quero de volta o que é meu", nem declarou ou amarrou nada, muito menos participou de "campanha de libertação" quando perdeu tudo?
22. Por que tanta gente acredita que a terra e o universo foram criados há 6 mil anos, interpretando Gênesis 1 literalmente, mas esses mesmos nunca dizem que o sol gira em torno da terra, interpretando literalmente Josué 10, tampouco dizem que a terra é retangular, interpretando literalmente a expressão bíblica "os quatro cantos da terra"?
23. Por que nós nunca vamos ao médico e pedimos, "doutor, dá pra queimar essa enfermidade pra mim por favor"? Por que então se ora pedindo isso pra Deus? Seria correto orar assim pra Deus curar alguém enfermo por causa de queimadura?
24. Por que não se faz um mega-evento evangélico, desses que reúnem um milhão de pessoas ou mais, pra fazer um mutirão para distribuir alimentos aos pobres ou ainda para recolher o lixo da cidade? Aliás, por que se emporcalha tanto as cidades com óleo e outras coisas nos tais "atos proféticos"? Não seria um melhor testemunho limpá-la ao invés de sujá-la?
25. Por que as rádios evangélicas tocam tanta coisa produzida por gravadoras ricas e nada produzido por artistas independentes?
26. Por que se faz apelo ao fim de uma "pregação" que não fez qualquer menção ao sangue, à cruz, ao arrependimento, ou sequer ao pecado?
27. Por que se enfatiza tanto a ordem bíblica para pregar a Palavra e se negligencia tanto as ordens para fazer justiça social e alimentar os famintos? Quantas vezes cada uma delas aparece na Bíblia?
28. Por que Deuteronômio 28:13 ("o Senhor te porá por cabeça, e não por cauda") é tão citado, ao passo que I Coríntios 4:11-13 ("somos considerados como o lixo do mundo") ninguém gosta de citar?
29. Por que quem pensa diferente de nós é sempre "inflexível", "fariseu" ou "duro de coração" (quando não chamamos de coisa pior)?
1. Por que palavras como "paixão", "fogo", "glória", "poder" e "unção" vendem muito mais CDs do que "graça", "misericórdia" e "perdão"?
2. Por que aqueles que mais falam sobre "prosperidade" evitam sistematicamente textos como Tiago 2:5, I Timóteo 6:8 e Habacuque 3:17-18?
3. Por que se fala tanto em dízimo, defendendo-o com unhas e dentes, mas quase nada se fala sobre ter tudo em comum e outras coisas como "ajudar os domésticos na fé" e "não amar somente de palavra e de língua mas de fato e de verdade"? Em qual proporção a Bíblia fala de uma coisa e de outra?
4. Por que em Atos 4, quando os apóstolos foram presos, a igreja orou de forma tão diferente do que se ora hoje? Por que não aproveitaram a ocasião pra "amarrar o espírito de perseguição", pra "repreender a potestade de Roma", ou coisa semelhante?
5. Por que Atos 2:4 é muito mais citado como modelo do que era a igreja primitiva do que Atos 2:42?
6. Por que todo mundo sabe João 3:16 de cor, mas tão pouca gente sabe I João 3:16?
7. Por que 90% ou mais dos cânticos congregacionais modernos são na primeira pessoa do singular, quando a proporção nos salmos é muito menor?
8. Por que todo mundo aceita que Jesus curou e colheu espigas no sábado, aceita também que Deus ordenou que seu povo matasse vários povos rivais, mas se escandaliza absurdamente quando alguém diz que Raabe fez certo ao mentir para preservar duas vidas? O que vale mais, em situação de conflito, que um soldado pagão saiba a verdade ou a vida de dois homens? Será que se Raabe tivesse dito a verdade, teria sido elogiada em Hebreus 11?
9. Por que quase tudo que se vende numa livraria cristã foi produzido nos últimos 50 anos, se nosso legado é de 2.000 anos de História do Cristianismo? O que aconteceu com os outros 19 séculos e meio?
10. Por que tanta gente que acredita que a salvação é pela graça, ou seja, não é obtida sendo "bonzinho", paradoxalmente acredita que ela pode ser perdida sendo mau? Pode algo ganho sem mérito ser perdido por demérito?
11. Por que a Igreja é muito mais rigorosa com pecados sexuais como o homossexualismo do que com a gula ou a ganância? Aliás, por que em tantas igrejas a ganância nem é vista como pecado, mas como virtude, disfarçada com o nome de "prosperidade"?
12. Por que tantos evangélicos chamam seus líderes de "apóstolos", mas criticam os católicos por seguirem um líder chamado "papa"?
13. Por que, mesmo o Cristianismo crendo que o homem foi nomeado por Deus como o responsável pela criação, e que tudo que Deus criou é bom, são os esotéricos os que mais lutam pela defesa do meio-ambiente?
14. Por que, na maioria dos grupos de louvor no Brasil, não há espaço pra quem toca instrumentos brasileiros como o cavaquinho e o berimbau?
15. Por que todos os ritmos de origem na raça negra até hoje são considerados por alguns como diabólicos?
16. Por que alguém como Lair Ribeiro faria mais sucesso como pregador hoje do que, digamos, Francisco de Assis?
17. Por que se canta tanto sobre coisas tão etéreas como "rios de unção" e "chuvas de avivamento", ao passo que Jesus usava sempre figuras do cotidiano para ensinar, como sementes, pássaros e lírios?
18. Por que se amarra, todos os anos, tudo quanto é "espírito ruim" das cidades, fazendo marcha e tudo, mas as cidades continuam do mesmo jeito? Aliás, se os "espíritos ruins" já foram "amarrados" uma vez, por que todo ano eles precisam ser "amarrados" de novo?
19. Por que uma doutrina como o pré-tribulacionismo, que apregoa que Jesus vai tirar a igreja da reta de qualquer sofrimento ou perseguição, não faz sucesso algum na China, no Irã ou na Indonésia? Aliás, por que ela fazia tanto sucesso na China pré-comunista, e depois declinou por lá?
20. Por que se canta todos os dias "Hoje o meu milagre vai chegar"? Afinal, ele não chega nunca? Que dia está sendo chamado de "hoje"?
21. Por que Jó não cantou "restitui, eu quero de volta o que é meu", nem declarou ou amarrou nada, muito menos participou de "campanha de libertação" quando perdeu tudo?
22. Por que tanta gente acredita que a terra e o universo foram criados há 6 mil anos, interpretando Gênesis 1 literalmente, mas esses mesmos nunca dizem que o sol gira em torno da terra, interpretando literalmente Josué 10, tampouco dizem que a terra é retangular, interpretando literalmente a expressão bíblica "os quatro cantos da terra"?
23. Por que nós nunca vamos ao médico e pedimos, "doutor, dá pra queimar essa enfermidade pra mim por favor"? Por que então se ora pedindo isso pra Deus? Seria correto orar assim pra Deus curar alguém enfermo por causa de queimadura?
24. Por que não se faz um mega-evento evangélico, desses que reúnem um milhão de pessoas ou mais, pra fazer um mutirão para distribuir alimentos aos pobres ou ainda para recolher o lixo da cidade? Aliás, por que se emporcalha tanto as cidades com óleo e outras coisas nos tais "atos proféticos"? Não seria um melhor testemunho limpá-la ao invés de sujá-la?
25. Por que as rádios evangélicas tocam tanta coisa produzida por gravadoras ricas e nada produzido por artistas independentes?
26. Por que se faz apelo ao fim de uma "pregação" que não fez qualquer menção ao sangue, à cruz, ao arrependimento, ou sequer ao pecado?
27. Por que se enfatiza tanto a ordem bíblica para pregar a Palavra e se negligencia tanto as ordens para fazer justiça social e alimentar os famintos? Quantas vezes cada uma delas aparece na Bíblia?
28. Por que Deuteronômio 28:13 ("o Senhor te porá por cabeça, e não por cauda") é tão citado, ao passo que I Coríntios 4:11-13 ("somos considerados como o lixo do mundo") ninguém gosta de citar?
29. Por que quem pensa diferente de nós é sempre "inflexível", "fariseu" ou "duro de coração" (quando não chamamos de coisa pior)?
Carta Aberta para Compositores - Por Brian McLaren
Saudações!
Companheiros compositores, companheiros adoradores, líderes de adoração, companheiros músicos/artistas e seguidores de Jesus:
Durante os últimos anos tenho tido o privilégio de estar ´na estrada´ falando com jovens líderes que estão ‘emergindo’. Acho que fui convidado a falar para eles para cumprir alguma cota de responsabilidade dos que passaram a casa dos 40 anos, e também porque muitos dos ‘líderes em emersão’ estão lidando com o tema da pós-modernidade – tema esse que me fez perder os cabelos, e sobre o qual tenho escrito alguns livros.
Em casa, sirvo como pastor de uma igreja que tem o compromisso de entrar na transição pós-moderna e lidar com esses assuntos com ousadia e confiança. Digo ´ousadia e confiança´ sabendo que ainda não existem mapas para guiar a igreja nesta aventura – então, não sabemos exatamente aonde estamos indo, mas estamos tentando seguir Jesus. Acho que nos sentimos como os filhos de Israel, que deixaram o Egito da modernidade e cruzaram o Mar para o deserto – estamos confiando que uma nuvem e um pilar de fogo, enviados por Deus, nos guiarão de dia e de noite.
Um dos benefícios extras em viajar muito, como músico, é que tenho a oportunidade de ouvir dezenas de bandas e líderes de louvor. E tenho gastado, literalmente, horas em cada evento, sendo liderado na adoração. São várias as observações e afirmações que eu poderia compartilhar com você, que é líder de louvor. Existem tantas tendências encorajadoras, além de alguns problemas persistentes, mas uma tendência realmente sobressai sobre todas as outras. O que vou dizer agora, na verdade, é mais um pedido do que uma observação: um pedido para que os compositores do nosso meio explorem e então liderem a um novo território – nas letras das músicas e também espiritualmente.
Escutamos muitas reclamações sobre música fraca, letras repetidas e teologicamente ralas (e outras coisas) no mundo da música cristã contemporânea. Algumas dessas reclamações vêm de pessoas que, no fundo, gostariam que de voltar a cantar hinos, como nos anos 50 (1850 ou 1950 – você escolhe). Não estou interessado em reclamar e tenho pouco interesse nos anos 50 (talvez me interesse por 2050). O que eu quero dizer é que muitos de nós acreditamos que estamos entrando (ou que já entramos) num período significativo – tanto teologicamente, como culturalmente e espiritualmente – e talvez historicamente tão significativo quanto o período de Reforma, quando o mundo medieval abriu o caminho para o mundo moderno.
Agora, enquanto o moderno abre o caminho para o mundo pós-moderno, temos expectativas para ver uma revolução teológica (finalmente nos ajudando a ser mais bíblicos e mais espirituais, mais efetivos em nossa missão – e, por favor, Deus, mais claros em relação a qual é a nossa missão).
Mas, aqui é onde pega. No mundo moderno, a teologia foi feita por estudiosos e foi expressa em livros e preleções. No mundo pós-moderno, muitos de nós acreditamos que os estudiosos terão que deixar a biblioteca com mais freqüência para se misturarem mais com o resto de nós. Os melhores deles vão se unir com mãos e corações aos poetas, músicos, produtores de filmes, atores, arquitetos, paisagistas e decoradores, dançarinos, escultores, pintores, autores, fotógrafos, web-designers e qualquer outro irmão ou irmã do ramo artístico – não somente para comunicar ao mundo pós-moderno a teologia cristã – mas também para o discernir e o descobrir. Porque uma das maiores transições é a do cérebro esquerdo para o cérebro inteiro, do reduzido raciocínio analítico para uma teologia holística abrangente – uma teologia que trabalha na mente e no coração, no entendimento e na imaginação, na proposição e na imagem, na clareza e no mistério, na explicação e na narração, na exposição e na expressão artística.
Nossos compositores poderiam fazer um papel espiritual chave, enraizando mais desta teologia holística em nosso povo. Mas infelizmente eu tenho sentado e participado de vários períodos extensos de louvor ao redor do país e sinto que nossas letras de músicas não estão nos guiando até esse novo território. Em alguns instantes, na verdade, estão nos segurando. Por favor, POR FAVOR, não escute isso como crítica, mas como uma sugestão – ´gentil, mas feita de coração´ – para mudança.
Vamos ser específicos: uma quantidade exagerada das nossas letras são até embaraçosas e pessoais – sobre Jesus e eu. Intimidade pessoal com Deus é um passo maravilhoso acima do dogma, que é frio, abstrato e inflexível. Mas não é a história completa. De fato – e talvez isso choque – a intimidade não é o ponto central no novo mundo em surgimento, pós-moderno. Uma música conhecida que tenho ouvido em muitos períodos de louvor nos últimos anos (que inclusive cantamos em Cedar Ridge, onde sou pastor) fala que adoração é ´tudo sobre Você, Jesus´, mas, à parte desta frase, sinto que adoração e Cristianismo em geral tornaram-se ´tudo a respeito de mim, mim, mim´. Se você duvida do que estou falando, preste atenção na próxima vez que estiver cantando num período de louvor. É a respeito de como Jesus me perdoa, me dá segurança, me faz sentir a sua presença, me fortalece, me abraça, me toca, me renova, etc., etc. Sim, tudo isso é bom. Mas, se um marciano viesse a Terra para nos observar, acho que observaria uma das duas opções: a) Estas pessoas são um pouco disfuncionais e precisam de terapia do ‘abraço’ (o que é irônico, porque os cristãos são as pessoas financeiramente mais estáveis no mundo, que foram abençoadas em todos os aspectos muito mais do que qualquer outro grupo na história), ou b) Estas pessoas não ligam nem um pouco para o resto do mundo, e sua religião/espiritualidade faz com que elas sejam tão egoístas quanto os ‘não-cristãos’, porém, em termos espirituais e não materiais. (Vale a pena ler esta última frase novamente!).
Eu acho que nenhuma das duas opções é tão verdadeira como aparenta para um ET, mas acho que nós, compositores, continuamos fazendo músicas deste tipo porque pensamos que é isso que as pessoas querem e precisam. O que assusta é que embora eu não ache que as observações são completamente verdadeiras, sei que podem se tornar, a menos que façamos alguma coisa para corrigir isso e procurar por um equilíbrio melhor.
É embaraçoso admitir, mas alguns de nós neste momento estão pensando: ´Se composição espiritual não é a respeito de uma intimidade profunda e pessoal com Deus, o que mais nos resta?”
Deixe-me oferecer uma lista de temas bíblicos que acredito serem interessantes para explorarmos em nossas letras. Você ficará surpreso ao me ouvir falar primeiramente sobre ´escatologia´ – e posso lhe garantir que não estou falando sobre transformar em música o livro mais recente sobre o apocalipse. (Por favor! Não! Não é isso!) Quando digo escatologia (que significa o estudo do fim, ou o alvo para onde todo o universo caminha), eu quero falar sobre a perspectiva bíblica do futuro de Deus, que está nos puxando para Si.
Muitos de vocês que cresceram como eu e aprenderam sobre escatologia no final do modernismo ficarão surpresos ao ouvir que uma nova abordagem de escatologia está surgindo (encabeçada por teólogos como Walter Brueggeman, Jurgen Moltmann e os ´teólogos da esperança”). Esta abordagem não tem mapas ´modernos´ ou previsões incertas, mas está cheia da poesia bíblica de Isaías, Jeremias, Apocalipse – poesia que quando entra em nós, planta uma visão do mundo muito diferente e melhor do que a nossa. E quando esta esperança cresce e enraíza em nós, nos torna agentes dela.
Posso imaginar a alegria sendo expressada em músicas que capturam o espírito de Isaías 9:2-7, 25:6-9, 35:1-10, 58:5-14! Quem escreverá essas canções? Elas precisam ser compostas, porque pessoas precisam de esperança, precisam de uma visão melhor do futuro. Neste mundo triste, conflitante, poluído e fragmentado, as pessoas precisam de imagens de celebração, paz, justiça e plenitude em suas mentes, em sua imaginação – pois é para onde este mundo está sendo movido. Isso é muito maior do que canções sobre mim no céu. Não são imagens de nuvens e ‘etheral’ e outras imagens seculares. Compositores, entrem de cabeça nessas passagens e deixem que o seu coração seja inspirado a escrever músicas de esperança; músicas que coloquem nos corações um sonho do futuro que foi esquecido – o sonho do Reino de Deus que está por vir e a vontade de Deus sendo feito aqui na terra como é feita no céu.
Talvez você fique muito surpreso ao me ouvir sugerir que precisamos de mais músicas de missão. Muitos de nós acreditamos que um senso novo e maior de missão (não somente envio de missionários e não só evangelismo, mas missão como nossa participação na missão de Deus, no Reino de Deus, que é tão maior e grandioso do que os nossos esquemas de auto-expansão organizacional) é o elemento chave necessário para caminharmos no mundo pós-moderno.
Isso toca no coração da nossa cultura consumidora, que é ´tudo a respeito de mim, tudo sobre mim, mim, mim´. Jesus veio não para ser servido, mas para servir – e como Ele foi enviado, assim nos mandou até o mundo. O coração da nossa identidade, como a igreja na nova teologia que está surgindo, não é que somos as pessoas que foram escolhidas para serem abençoadas, salvadas, resgatadas e re-abençoadas. Isso é uma heresia, uma meia-verdade que as nossas músicas estão perigosamente perto de espalhar e enraizar mais e mais nas pessoas. Sem querer, é claro! Mas o coração da nossa identidade como Igreja na nova teologia que está surgindo é que nós somos um povo que foi, como Abraão, abençoado para ser bênção, abençoado para ser capaz de ‘levar a bênção’ para o mundo.
Para muitos de nós, o mundo existe em prol da Igreja. É como se ele fosse uma mina de onde as pessoas são ‘garimpadas’ para construir a Igreja – que é realmente aquilo que importa. Na nova teologia e espiritualidade pós-moderna em surgimento esta imagem é terrível. Serve para espelhar o estupro e a pilhagem que as empresas industriais modernas fazem. Nisso, a igreja é mais uma indústria que tira e toma para seu próprio benefício. É tão diferente da imagem da Igreja como uma comunidade apostólica enviada até o mundo com as mãos, os pés, os olhos, o sorriso e o coração de Cristo. Nós precisamos de canções que celebram esta dimensão ‘missional’ – canções boas e muitas!!!
Como inspiração, precisamos retornar às Escrituras e ler os Profetas e os Evangelhos; sentir o seu coração para o pobre, o necessitado e o quebrantado. Você não acha que estes temas deveriam ser expressos em música? Eles não merecem esta dignidade? Enquanto escrevo, sou tocado por este pensamento: talvez estejamos dando tanta ênfase no papel da música em adoração, que chegamos a ponto de excluir outras opções litúrgicas (poesia, orações históricas, silêncio, leitura de meditação, etc.) e esquecemos o papel de canções no ensino. Lembra que em Colossenses 3 Paulo fala sobre cantar os ensinos de Cristo, uns aos outros, em canções do espírito?
Talvez você fique igualmente surpreso ao me ouvir recomendar para nós re-descobrirmos a espiritualidade cristã histórica nas nossas letras. Como Robert Webber, Thomas Odin, Sally Morgenthaler e outros estão nos ensinando, há uma riqueza nas Escrituras espirituais históricas, incluindo várias orações lindas pedindo para serem traduzidas em canções contemporâneas. Cada era da História tem ricos recursos para oferecer – do período Patrístico ao período Celta e deste para o Puritano. Em cada página de Thomas de Kempis (Imitação de Cristo), em cada oração dos santos medievais há inspiração nos esperando. E quando nós olhamos para as letras repetitivas e ‘formulativas’ que milhões de cristãos estão cantando (porque é isso que estamos compondo, pessoal!), a oportunidade perdida até quebra o coração. Estas ´vozes estranhas´ alargarão os nossos corações e os enriquecerá sem medida – e eventualmente, essas vozes se tornarão as vozes de amigos, de irmãos e irmãs, porque é isso que são quando nós os convidamos para adoração através das canções.
Você ficará menos surpreso ao me ouvir dizer que precisamos de músicas que são simplesmente sobre Deus; músicas onde Deus está sob o holofote, que falam para Ele a respeito do Seu caráter, de Sua glória, não apenas sobre o excelente trabalho que Ele tem feito em prol do meu bem-estar. Similarmente precisamos de músicas que celebrem o que Deus faz para o mundo – o mundo inteiro – não somente para mim ou nós. Se você não faz idéia do que estou falando, leia os Salmos; eles amam celebrar aquilo que o Senhor faz para toda a terra, não apenas para o povo de Israel. Muitas das músicas que precisamos também celebrarão Deus como o Criador – um tema importante nas Escrituras, mas não para a maioria das nossas igrejas.
Sentimos falta de uma boa teologia da Criação na era moderna, e precisamos de compositores/artistas e teólogos para juntarem-se na cultura ‘emergindo’ para celebrar Deus como o Deus da criação – não somente de 15 bilhões de anos atrás (seja qual for o tempo), mas de hoje, de agora. O Deus que sabe quando um pardal cai do céu, que sua glória ainda se reflete num raio, que sua bondade ainda cai como orvalho logo de manhã, que seus mistérios ainda são vistos nas profundezas do oceano e na imensidão do céu, à noite.
Também devo mencionar as músicas de lamentação. A Bíblia está repleta de canções de lamentação, de blues, que são as mais tristes de todas; canções que descrevem a distância agonizante entre o que esperamos ter e o que temos, o que poderíamos ser e o que somos, o que cremos e o que vemos e sentimos. A honestidade até incomoda, e as canções de lamentação nem sempre terminam com um clichê do tipo ´e viveram felizes para sempre´, para aliviar a dor. Às vezes acho que somos até felizes demais, e a única forma de nos tornarmos ainda mais felizes é nos entristecendo ao sentirmos a dor do doente, do pobre desesperado, do enfermo mental, do solitário, dos velhos e esquecidos, da minoria oprimida, da viúva e do órfão. Essa dor deveria ser achada nas nossas músicas, e essas músicas deveriam ser achadas nas nossas igrejas. O amargo fará o doce ainda mais doce. Sem o amargo, o doce se torna enjoativo, e muitos das nossas igrejas se sentam como na ‘Candyland’ (jogo infantil). É muito, pedir que sejamos mais honestos? Sabemos que dúvidas fazem parte da nossa vida. Também a dor e a espera além da desesperança fazem parte da nossa vida. Essas coisas não podem ser refletidas nas músicas das nossas comunidades? Não é verdade que cantar, sem cessar, sobre celebração de vitória perde a sua vitalidade (e até sua credibilidade), se não cantamos também sobre as lutas?
Falando nisso, eu gostaria de fazer algumas observações e pedidos sobre os estilos. Novamente, não estou sendo crítico, mas estou tentando ajudar e tentando oferecer maneiras em que você, com os seus dons, possa servir melhor a Igreja e a nossa missão nestes tempos transitórios. Vou fazê-las em forma de perguntas.
Primeiro, sugiro que nós finalmente e completamente ‘desencanemos’ de usar a versão King James nas novas letras, mesmo que escolhamos mantê-la nas nossas músicas mais antigas. Chega!
Segundo, sugiro que tenhamos cuidado ao usar linguagem bíblica gratuitamente: Sião, Israel, alturas, etc. Se existe uma boa razão para utilizar tal linguagem, tudo bem. Por exemplo, quando elas precisam ser usadas especificamente, com um objetivo, e não apenas para parecermos mais ´espirituais´. Se não, podemos achar linguagem contemporânea e ‘imagens’ que podem comunicar de forma mais precisa, imediata, nova e profunda às pessoas que não têm muito tempo de ‘banco’ na igreja. Então, vamos agir no espírito de 1Coríntios 14, onde a inteligência é virtude cristã para aquele que busca.
Terceiro, sugiro que na era do fundamentalismo Islâmico nós tenhamos cuidado com a linguagem jihad e guerra santa? Acho que existe tempo e lugar para isso, mas não acredito que sejam agora. Todos nós precisamos de uma boa dosagem de paz agora, na minha opinião.
Quarto. Musicalmente, sou o único que gostaria de mais variedade rítmica? Por que é que estou sendo tão abençoado por tantos bateristas e percussionistas criativos por onde quer que eu vá?
Quinto, nossos líderes de louvor não poderiam enriquecer a experiência musical lendo as Escrituras, orações grandiosas da igreja histórica, confissões, credos e poemas com um fundo musical? Talvez você não goste de música rap, mas esse estilo pode ter algo a nos dizer sobre o poder da palavra dita, a bem escolhida palavra. (Nós já temos muitas palavras mal-escolhidas... acho que você concorda.) E finalmente, nossos compositores não poderiam começar a ler mais poesia boa, versos bons, para que possam ser sensibilizados pelo poder da linguagem, pela graça de uma frase bem montada e pelo deleite de uma imagem recentemente descoberta, a picada ou soco, carinho ou chacoalhada que é possível quando esforçamos e esticamos um pouco mais a palavra que realmente quer ser dita de dentro de nós? Infelizmente, enquanto muitas das nossas músicas melhoram musicalmente, as letras ainda continuam um pouco ´clichês´ – uma palavra ligada a outra, com uma reciclagem revoltante de linguagem plástica e papel re-usado.
Não é que nosso Deus, nossa missão, nossa comunidade são dignos de letras de qualidade sobre o que estamos oferecendo? Agradeço por considerar estas coisas. Eu espero que isso seja o começo de uma conversa importante e contínua.
Seu servo companheiro,
Brian McLaren
Companheiros compositores, companheiros adoradores, líderes de adoração, companheiros músicos/artistas e seguidores de Jesus:
Durante os últimos anos tenho tido o privilégio de estar ´na estrada´ falando com jovens líderes que estão ‘emergindo’. Acho que fui convidado a falar para eles para cumprir alguma cota de responsabilidade dos que passaram a casa dos 40 anos, e também porque muitos dos ‘líderes em emersão’ estão lidando com o tema da pós-modernidade – tema esse que me fez perder os cabelos, e sobre o qual tenho escrito alguns livros.
Em casa, sirvo como pastor de uma igreja que tem o compromisso de entrar na transição pós-moderna e lidar com esses assuntos com ousadia e confiança. Digo ´ousadia e confiança´ sabendo que ainda não existem mapas para guiar a igreja nesta aventura – então, não sabemos exatamente aonde estamos indo, mas estamos tentando seguir Jesus. Acho que nos sentimos como os filhos de Israel, que deixaram o Egito da modernidade e cruzaram o Mar para o deserto – estamos confiando que uma nuvem e um pilar de fogo, enviados por Deus, nos guiarão de dia e de noite.
Um dos benefícios extras em viajar muito, como músico, é que tenho a oportunidade de ouvir dezenas de bandas e líderes de louvor. E tenho gastado, literalmente, horas em cada evento, sendo liderado na adoração. São várias as observações e afirmações que eu poderia compartilhar com você, que é líder de louvor. Existem tantas tendências encorajadoras, além de alguns problemas persistentes, mas uma tendência realmente sobressai sobre todas as outras. O que vou dizer agora, na verdade, é mais um pedido do que uma observação: um pedido para que os compositores do nosso meio explorem e então liderem a um novo território – nas letras das músicas e também espiritualmente.
Escutamos muitas reclamações sobre música fraca, letras repetidas e teologicamente ralas (e outras coisas) no mundo da música cristã contemporânea. Algumas dessas reclamações vêm de pessoas que, no fundo, gostariam que de voltar a cantar hinos, como nos anos 50 (1850 ou 1950 – você escolhe). Não estou interessado em reclamar e tenho pouco interesse nos anos 50 (talvez me interesse por 2050). O que eu quero dizer é que muitos de nós acreditamos que estamos entrando (ou que já entramos) num período significativo – tanto teologicamente, como culturalmente e espiritualmente – e talvez historicamente tão significativo quanto o período de Reforma, quando o mundo medieval abriu o caminho para o mundo moderno.
Agora, enquanto o moderno abre o caminho para o mundo pós-moderno, temos expectativas para ver uma revolução teológica (finalmente nos ajudando a ser mais bíblicos e mais espirituais, mais efetivos em nossa missão – e, por favor, Deus, mais claros em relação a qual é a nossa missão).
Mas, aqui é onde pega. No mundo moderno, a teologia foi feita por estudiosos e foi expressa em livros e preleções. No mundo pós-moderno, muitos de nós acreditamos que os estudiosos terão que deixar a biblioteca com mais freqüência para se misturarem mais com o resto de nós. Os melhores deles vão se unir com mãos e corações aos poetas, músicos, produtores de filmes, atores, arquitetos, paisagistas e decoradores, dançarinos, escultores, pintores, autores, fotógrafos, web-designers e qualquer outro irmão ou irmã do ramo artístico – não somente para comunicar ao mundo pós-moderno a teologia cristã – mas também para o discernir e o descobrir. Porque uma das maiores transições é a do cérebro esquerdo para o cérebro inteiro, do reduzido raciocínio analítico para uma teologia holística abrangente – uma teologia que trabalha na mente e no coração, no entendimento e na imaginação, na proposição e na imagem, na clareza e no mistério, na explicação e na narração, na exposição e na expressão artística.
Nossos compositores poderiam fazer um papel espiritual chave, enraizando mais desta teologia holística em nosso povo. Mas infelizmente eu tenho sentado e participado de vários períodos extensos de louvor ao redor do país e sinto que nossas letras de músicas não estão nos guiando até esse novo território. Em alguns instantes, na verdade, estão nos segurando. Por favor, POR FAVOR, não escute isso como crítica, mas como uma sugestão – ´gentil, mas feita de coração´ – para mudança.
Vamos ser específicos: uma quantidade exagerada das nossas letras são até embaraçosas e pessoais – sobre Jesus e eu. Intimidade pessoal com Deus é um passo maravilhoso acima do dogma, que é frio, abstrato e inflexível. Mas não é a história completa. De fato – e talvez isso choque – a intimidade não é o ponto central no novo mundo em surgimento, pós-moderno. Uma música conhecida que tenho ouvido em muitos períodos de louvor nos últimos anos (que inclusive cantamos em Cedar Ridge, onde sou pastor) fala que adoração é ´tudo sobre Você, Jesus´, mas, à parte desta frase, sinto que adoração e Cristianismo em geral tornaram-se ´tudo a respeito de mim, mim, mim´. Se você duvida do que estou falando, preste atenção na próxima vez que estiver cantando num período de louvor. É a respeito de como Jesus me perdoa, me dá segurança, me faz sentir a sua presença, me fortalece, me abraça, me toca, me renova, etc., etc. Sim, tudo isso é bom. Mas, se um marciano viesse a Terra para nos observar, acho que observaria uma das duas opções: a) Estas pessoas são um pouco disfuncionais e precisam de terapia do ‘abraço’ (o que é irônico, porque os cristãos são as pessoas financeiramente mais estáveis no mundo, que foram abençoadas em todos os aspectos muito mais do que qualquer outro grupo na história), ou b) Estas pessoas não ligam nem um pouco para o resto do mundo, e sua religião/espiritualidade faz com que elas sejam tão egoístas quanto os ‘não-cristãos’, porém, em termos espirituais e não materiais. (Vale a pena ler esta última frase novamente!).
Eu acho que nenhuma das duas opções é tão verdadeira como aparenta para um ET, mas acho que nós, compositores, continuamos fazendo músicas deste tipo porque pensamos que é isso que as pessoas querem e precisam. O que assusta é que embora eu não ache que as observações são completamente verdadeiras, sei que podem se tornar, a menos que façamos alguma coisa para corrigir isso e procurar por um equilíbrio melhor.
É embaraçoso admitir, mas alguns de nós neste momento estão pensando: ´Se composição espiritual não é a respeito de uma intimidade profunda e pessoal com Deus, o que mais nos resta?”
Deixe-me oferecer uma lista de temas bíblicos que acredito serem interessantes para explorarmos em nossas letras. Você ficará surpreso ao me ouvir falar primeiramente sobre ´escatologia´ – e posso lhe garantir que não estou falando sobre transformar em música o livro mais recente sobre o apocalipse. (Por favor! Não! Não é isso!) Quando digo escatologia (que significa o estudo do fim, ou o alvo para onde todo o universo caminha), eu quero falar sobre a perspectiva bíblica do futuro de Deus, que está nos puxando para Si.
Muitos de vocês que cresceram como eu e aprenderam sobre escatologia no final do modernismo ficarão surpresos ao ouvir que uma nova abordagem de escatologia está surgindo (encabeçada por teólogos como Walter Brueggeman, Jurgen Moltmann e os ´teólogos da esperança”). Esta abordagem não tem mapas ´modernos´ ou previsões incertas, mas está cheia da poesia bíblica de Isaías, Jeremias, Apocalipse – poesia que quando entra em nós, planta uma visão do mundo muito diferente e melhor do que a nossa. E quando esta esperança cresce e enraíza em nós, nos torna agentes dela.
Posso imaginar a alegria sendo expressada em músicas que capturam o espírito de Isaías 9:2-7, 25:6-9, 35:1-10, 58:5-14! Quem escreverá essas canções? Elas precisam ser compostas, porque pessoas precisam de esperança, precisam de uma visão melhor do futuro. Neste mundo triste, conflitante, poluído e fragmentado, as pessoas precisam de imagens de celebração, paz, justiça e plenitude em suas mentes, em sua imaginação – pois é para onde este mundo está sendo movido. Isso é muito maior do que canções sobre mim no céu. Não são imagens de nuvens e ‘etheral’ e outras imagens seculares. Compositores, entrem de cabeça nessas passagens e deixem que o seu coração seja inspirado a escrever músicas de esperança; músicas que coloquem nos corações um sonho do futuro que foi esquecido – o sonho do Reino de Deus que está por vir e a vontade de Deus sendo feito aqui na terra como é feita no céu.
Talvez você fique muito surpreso ao me ouvir sugerir que precisamos de mais músicas de missão. Muitos de nós acreditamos que um senso novo e maior de missão (não somente envio de missionários e não só evangelismo, mas missão como nossa participação na missão de Deus, no Reino de Deus, que é tão maior e grandioso do que os nossos esquemas de auto-expansão organizacional) é o elemento chave necessário para caminharmos no mundo pós-moderno.
Isso toca no coração da nossa cultura consumidora, que é ´tudo a respeito de mim, tudo sobre mim, mim, mim´. Jesus veio não para ser servido, mas para servir – e como Ele foi enviado, assim nos mandou até o mundo. O coração da nossa identidade, como a igreja na nova teologia que está surgindo, não é que somos as pessoas que foram escolhidas para serem abençoadas, salvadas, resgatadas e re-abençoadas. Isso é uma heresia, uma meia-verdade que as nossas músicas estão perigosamente perto de espalhar e enraizar mais e mais nas pessoas. Sem querer, é claro! Mas o coração da nossa identidade como Igreja na nova teologia que está surgindo é que nós somos um povo que foi, como Abraão, abençoado para ser bênção, abençoado para ser capaz de ‘levar a bênção’ para o mundo.
Para muitos de nós, o mundo existe em prol da Igreja. É como se ele fosse uma mina de onde as pessoas são ‘garimpadas’ para construir a Igreja – que é realmente aquilo que importa. Na nova teologia e espiritualidade pós-moderna em surgimento esta imagem é terrível. Serve para espelhar o estupro e a pilhagem que as empresas industriais modernas fazem. Nisso, a igreja é mais uma indústria que tira e toma para seu próprio benefício. É tão diferente da imagem da Igreja como uma comunidade apostólica enviada até o mundo com as mãos, os pés, os olhos, o sorriso e o coração de Cristo. Nós precisamos de canções que celebram esta dimensão ‘missional’ – canções boas e muitas!!!
Como inspiração, precisamos retornar às Escrituras e ler os Profetas e os Evangelhos; sentir o seu coração para o pobre, o necessitado e o quebrantado. Você não acha que estes temas deveriam ser expressos em música? Eles não merecem esta dignidade? Enquanto escrevo, sou tocado por este pensamento: talvez estejamos dando tanta ênfase no papel da música em adoração, que chegamos a ponto de excluir outras opções litúrgicas (poesia, orações históricas, silêncio, leitura de meditação, etc.) e esquecemos o papel de canções no ensino. Lembra que em Colossenses 3 Paulo fala sobre cantar os ensinos de Cristo, uns aos outros, em canções do espírito?
Talvez você fique igualmente surpreso ao me ouvir recomendar para nós re-descobrirmos a espiritualidade cristã histórica nas nossas letras. Como Robert Webber, Thomas Odin, Sally Morgenthaler e outros estão nos ensinando, há uma riqueza nas Escrituras espirituais históricas, incluindo várias orações lindas pedindo para serem traduzidas em canções contemporâneas. Cada era da História tem ricos recursos para oferecer – do período Patrístico ao período Celta e deste para o Puritano. Em cada página de Thomas de Kempis (Imitação de Cristo), em cada oração dos santos medievais há inspiração nos esperando. E quando nós olhamos para as letras repetitivas e ‘formulativas’ que milhões de cristãos estão cantando (porque é isso que estamos compondo, pessoal!), a oportunidade perdida até quebra o coração. Estas ´vozes estranhas´ alargarão os nossos corações e os enriquecerá sem medida – e eventualmente, essas vozes se tornarão as vozes de amigos, de irmãos e irmãs, porque é isso que são quando nós os convidamos para adoração através das canções.
Você ficará menos surpreso ao me ouvir dizer que precisamos de músicas que são simplesmente sobre Deus; músicas onde Deus está sob o holofote, que falam para Ele a respeito do Seu caráter, de Sua glória, não apenas sobre o excelente trabalho que Ele tem feito em prol do meu bem-estar. Similarmente precisamos de músicas que celebrem o que Deus faz para o mundo – o mundo inteiro – não somente para mim ou nós. Se você não faz idéia do que estou falando, leia os Salmos; eles amam celebrar aquilo que o Senhor faz para toda a terra, não apenas para o povo de Israel. Muitas das músicas que precisamos também celebrarão Deus como o Criador – um tema importante nas Escrituras, mas não para a maioria das nossas igrejas.
Sentimos falta de uma boa teologia da Criação na era moderna, e precisamos de compositores/artistas e teólogos para juntarem-se na cultura ‘emergindo’ para celebrar Deus como o Deus da criação – não somente de 15 bilhões de anos atrás (seja qual for o tempo), mas de hoje, de agora. O Deus que sabe quando um pardal cai do céu, que sua glória ainda se reflete num raio, que sua bondade ainda cai como orvalho logo de manhã, que seus mistérios ainda são vistos nas profundezas do oceano e na imensidão do céu, à noite.
Também devo mencionar as músicas de lamentação. A Bíblia está repleta de canções de lamentação, de blues, que são as mais tristes de todas; canções que descrevem a distância agonizante entre o que esperamos ter e o que temos, o que poderíamos ser e o que somos, o que cremos e o que vemos e sentimos. A honestidade até incomoda, e as canções de lamentação nem sempre terminam com um clichê do tipo ´e viveram felizes para sempre´, para aliviar a dor. Às vezes acho que somos até felizes demais, e a única forma de nos tornarmos ainda mais felizes é nos entristecendo ao sentirmos a dor do doente, do pobre desesperado, do enfermo mental, do solitário, dos velhos e esquecidos, da minoria oprimida, da viúva e do órfão. Essa dor deveria ser achada nas nossas músicas, e essas músicas deveriam ser achadas nas nossas igrejas. O amargo fará o doce ainda mais doce. Sem o amargo, o doce se torna enjoativo, e muitos das nossas igrejas se sentam como na ‘Candyland’ (jogo infantil). É muito, pedir que sejamos mais honestos? Sabemos que dúvidas fazem parte da nossa vida. Também a dor e a espera além da desesperança fazem parte da nossa vida. Essas coisas não podem ser refletidas nas músicas das nossas comunidades? Não é verdade que cantar, sem cessar, sobre celebração de vitória perde a sua vitalidade (e até sua credibilidade), se não cantamos também sobre as lutas?
Falando nisso, eu gostaria de fazer algumas observações e pedidos sobre os estilos. Novamente, não estou sendo crítico, mas estou tentando ajudar e tentando oferecer maneiras em que você, com os seus dons, possa servir melhor a Igreja e a nossa missão nestes tempos transitórios. Vou fazê-las em forma de perguntas.
Primeiro, sugiro que nós finalmente e completamente ‘desencanemos’ de usar a versão King James nas novas letras, mesmo que escolhamos mantê-la nas nossas músicas mais antigas. Chega!
Segundo, sugiro que tenhamos cuidado ao usar linguagem bíblica gratuitamente: Sião, Israel, alturas, etc. Se existe uma boa razão para utilizar tal linguagem, tudo bem. Por exemplo, quando elas precisam ser usadas especificamente, com um objetivo, e não apenas para parecermos mais ´espirituais´. Se não, podemos achar linguagem contemporânea e ‘imagens’ que podem comunicar de forma mais precisa, imediata, nova e profunda às pessoas que não têm muito tempo de ‘banco’ na igreja. Então, vamos agir no espírito de 1Coríntios 14, onde a inteligência é virtude cristã para aquele que busca.
Terceiro, sugiro que na era do fundamentalismo Islâmico nós tenhamos cuidado com a linguagem jihad e guerra santa? Acho que existe tempo e lugar para isso, mas não acredito que sejam agora. Todos nós precisamos de uma boa dosagem de paz agora, na minha opinião.
Quarto. Musicalmente, sou o único que gostaria de mais variedade rítmica? Por que é que estou sendo tão abençoado por tantos bateristas e percussionistas criativos por onde quer que eu vá?
Quinto, nossos líderes de louvor não poderiam enriquecer a experiência musical lendo as Escrituras, orações grandiosas da igreja histórica, confissões, credos e poemas com um fundo musical? Talvez você não goste de música rap, mas esse estilo pode ter algo a nos dizer sobre o poder da palavra dita, a bem escolhida palavra. (Nós já temos muitas palavras mal-escolhidas... acho que você concorda.) E finalmente, nossos compositores não poderiam começar a ler mais poesia boa, versos bons, para que possam ser sensibilizados pelo poder da linguagem, pela graça de uma frase bem montada e pelo deleite de uma imagem recentemente descoberta, a picada ou soco, carinho ou chacoalhada que é possível quando esforçamos e esticamos um pouco mais a palavra que realmente quer ser dita de dentro de nós? Infelizmente, enquanto muitas das nossas músicas melhoram musicalmente, as letras ainda continuam um pouco ´clichês´ – uma palavra ligada a outra, com uma reciclagem revoltante de linguagem plástica e papel re-usado.
Não é que nosso Deus, nossa missão, nossa comunidade são dignos de letras de qualidade sobre o que estamos oferecendo? Agradeço por considerar estas coisas. Eu espero que isso seja o começo de uma conversa importante e contínua.
Seu servo companheiro,
Brian McLaren
Extraído do site http://www.cristianismocriativo.com.br/
Sem comentários
As vezes me pergunto se pessoas com idéias tão polêmicas (e maravilhasas) como Billy Graham, caso não tivessem sua reputação e histórico, seriam aceitas hoje nas igrejas.
sexta-feira, 6 de junho de 2008
terça-feira, 3 de junho de 2008
Zona da Reforma
Esse é mais um dos vídeos publicados pelo Zona da Reforma, outro blog do Sérgio Pavarini. Coloquei esse vídeo aqui pelo teor (polêmico para alguns) do mesmo e para emular uma reflexão mais profunda sobre religiosidade e cristianismo, experiências morais e espiritualidade e as sutis (para alguns, escandalosas) diferenças entre "evangelho" e Evangelho.
Bem-aventurado o que luta
Tristeza é um pai no corredor do hospital pediátrico; uma alvorada no cemitério; uma fila no começo do expediente da mina de carvão; um vestido de noiva na liquidação do brechó; um lamento em chinês nos escombros de um terremoto.
Contudo, só o triste percebe; só o lagrimoso enxerga; só o desconsolado acorda. Portanto, bem-aventurado o que ouve; o que sabe o antônimo de inexpugnável; o que aceita a robustez da impotência.
Angústia é um relógio que marca centésimos de segundos; um verdugo que dá instruções ao condenado do patíbulo; uma enfermeira que aplica a quimioterapia mesmo sabendo que não haverá cura; uma tia que intui notícias ruins.
Contudo, só o angustiado se reinventa; só o inquieto arroja; só o desassossegado percebe. Portanto, bem-aventurado o que luta; o que vive dependurado na palha da esperança; o que se inspira no olhar do Cordeiro.
Soli Deo Gloria.
Ricardo Gondim
Contudo, só o triste percebe; só o lagrimoso enxerga; só o desconsolado acorda. Portanto, bem-aventurado o que ouve; o que sabe o antônimo de inexpugnável; o que aceita a robustez da impotência.
Angústia é um relógio que marca centésimos de segundos; um verdugo que dá instruções ao condenado do patíbulo; uma enfermeira que aplica a quimioterapia mesmo sabendo que não haverá cura; uma tia que intui notícias ruins.
Contudo, só o angustiado se reinventa; só o inquieto arroja; só o desassossegado percebe. Portanto, bem-aventurado o que luta; o que vive dependurado na palha da esperança; o que se inspira no olhar do Cordeiro.
Soli Deo Gloria.
Ricardo Gondim
segunda-feira, 2 de junho de 2008
Sugestões de Leitura
A galera do SexxxChurch tem publicado vários textos e imagens interessantes (ver acima), todos relacionados a sexo e afins, de uma maneira que nunca vi no meio "evangélico". Eles têm a coragem de serem crus, e ao mesmo tempo, corretos acerca daquilo que é mais polêmico dento da igreja.
Essa semana eu estava lendo o PavaBlog e vi a referência à um texto de título interessante (para muitos, polêmico): Deus Pegou no meu Bilau. Assim como no Pava, recomendo muitíssimo a leitura do texto (link acima).
Caso você ache inadequado ou ofensivo textos do tipo, sinta-se a vontade de comentar logo abaixo ou de não visitar mais esse blog. Prometo não colocar nenhuma arma na cabeça de vocês forçando-os a voltar aqui !
Essa semana eu estava lendo o PavaBlog e vi a referência à um texto de título interessante (para muitos, polêmico): Deus Pegou no meu Bilau. Assim como no Pava, recomendo muitíssimo a leitura do texto (link acima).
Caso você ache inadequado ou ofensivo textos do tipo, sinta-se a vontade de comentar logo abaixo ou de não visitar mais esse blog. Prometo não colocar nenhuma arma na cabeça de vocês forçando-os a voltar aqui !
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